terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Liberté.

Por fim a gente acaba vendo que o tempo voa e pouco se é aproveitado. Num piscar de olhos o verão acaba o inverno acaba e tudo recomeça sem que a gente tenha vivido tudo que tinha pra viver.

Eu amo praia e nunca vou à praia. Porque não tenho casa na praia, porque não tenho tempo e porque sempre tenho mil coisas pra colocar em dia nas minhas férias que quando vejo já está na hora de voltar.

Não entendo o motivo de estarmos sempre assim: correndo. E deixando de fazer coisas que são importantes pra nós, pro nosso bem estar. Não deveria ser assim, mas a sociedade adora criticar quem tenta viver da melhor forma possível, pois isso  não é o padrão considerado bom.

Vejo tanta gente livre podendo fazer o que quiser da vida, desperdiçando isso da pior forma possível: não fazendo nada. Ou só fazendo besteira. Jogando seu precioso tempo livre fora, apenas respirando e não vivendo. E eu aqui, só querendo mais cinco minutinhos pra dormir, só querendo poder curtir um dia de Sol, só querendo tomar chimarrão no fim de tarde, só querendo caminhar na beira da praia de manhã e curtir a noite também. Pequenas coisas que pra qualquer um pode ser besteira, mas pra mim são um tesouro pelo qual vivo buscando.


Liberdade não é sair por aí tomando todas, beijando mil bocas e contrariando os pais. Liberdade vai muito além do que se pode ver, e só quem vive em busca dela vai me entender. 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Vinte e um de Dezembro.

Procura-se uma mente vazia e uma alma tranquila. As coisas estão bem pesadas por aqui, até meu corpo jovem clama por socorro. Já levantei bandeira branca inúmeras vezes, mas mesmo assim a guerra ainda continua. Ouvi pessoas dizerem que nós devemos ser nossa própria saída de emergência, nossa solução, mas a cada novo dia que tento me manter firme diante da vida, vem um terremoto maior que o último e me faz desabar.

Ando perdendo a vontade de levantar – confesso e me envergonho disso – porém há vezes em que é mais fácil afundar. Menos dolorido. E eu que já conheço muito bem o fundo do poço não me importo mais em ficar uns dias por lá, depois me ergo e aos poucos vou dando passos pequenos e até me sinto mais forte. Mas, o fundinho do poço nunca sente saudades minhas afinal eu sempre volto.

Já ouvi dizerem que não me imaginam triste, afinal até quando sou mal humorada eu consigo ser engraçada. Mas também já ouvi dizer que os palhaços e humoristas só são assim tão engraçados porque no fundo são eternamente tristes. Por ironia da vida sempre quis ser atriz comediante. Acho que isso define muita coisa.


Só sei que ando cansada. E sim, sei que já escrevi muito sobre cansaço e blábláblá e que ninguém mais quer saber, mas é que o cansaço cada vez mais atinge lugares desconhecidos em mim. E nunca se sabe qual desses lugares pode ser o pilar que segura toda minha estrutura.  

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Ah, o verão.

Finais de tarde no verão são sinônimos de amor, de calmaria, de brisa leve. Mas eu e você estamos sempre correndo aí na luta, e parece que nosso tempo é tão pouco quando estamos juntos. Eu só queria apertar o pause. Deixar rolar. Sem pressa, sem tempo, sem responsabilidade, sem neura na mente, deixar fluir. Sorrir contente.

Mas parece que isso é uma realidade tão distante, que não nos pertence, que não faz parte da gente. Como se tivéssemos nascido para correr contra o tempo, até parece meio irônico você nasceu de sete meses e eu com a diferença de quinze dias a mais. Não sei o que isso quer dizer, o que significa, mas te confesso que daria tudo por uma vida mais tranquila.

Não que essa correria não tenha certo charme, claro que tem. Mas sufoca mais do que fumaça, mais do que esse telefone que toca sem parar, mais do que esses emails na caixa de entrada e mais do que qualquer um possa imaginar.

Não consigo pensar em outra coisa a não ser a gente e um fim de tarde calmo, tomando chimarrão e jogando conversa fora. Aquele teu sorriso iluminando a vida, e o horário de verão nos permitindo curtir um pouco mais da energia do Sol. Isso não há dinheiro no mundo que pague, não há nada que compense. Eu só queria sentir isso, só queria que acontecesse.


Enquanto a vida não nos permite mais calmaria, tento pensar que a sexta feira já vai chegar talvez assim a vida se renove e o pensamento seja positivo. A cada passo que dou só sei pensar na gente, e no teu puro sorriso. 

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Leve tudo. Vá embora.

Essa noite no meio da madrugada eu acordei. Fui até a cozinha, busquei um copo d’água e fiquei pensando em tudo que aconteceu. Em como o mundo girou, em como a gente se desencontrou, por onde eu andei e como sofri. Só eu sei disso. Só eu trago isso no meu coração. Foi desgastante demais e me levou a loucura.

Amei por dois. Sofri por dois. Pirei por dois. Vou te falar que achei que eu nunca fosse me recuperar de você, aquela ferida tinha seu nome e a cada vez que doía eu só repetia o quanto eu devia e precisava te esquecer. Mas no fundo eu não queria. No fundo eu tinha esperanças que você voltaria e me diria tudo que eu sempre quis ouvir, que todo aquele sofrimento seria recompensado e fim. Felizes pra sempre.

Acho que foi o maior dos meus devaneios. Quis tanto que isso acontecesse que ensaiei mil frases de efeito, mil lições de moral, ensaiei até eu me fazendo de difícil e depois vendo você abrir aquele sorrisão que eu tanto amava quando eu dissesse que sim.

Você bagunçou a minha vida e foi embora. E quando eu comecei a colocar tudo no lugar, quem surge outra vez? Pimba! Com uns anos a mais e a voz mais grossa. Posso confessar? Apostei na loteria que você voltaria. Inclusive avisei isso pra você. E vou te contar outro segredo: já tive vontade de voltar, mas lembrei que fez mais mal do que bem e foi como se meu coração estivesse sendo quebrado de novo. Lembrar de tudo aperta o peito e sufoca a garganta.


O futuro é indescritivelmente maluco. Não podemos prever. Mas quando você foi embora jurei pra mim mesma que eu não ia ter nenhuma recaída outra vez. Hoje sou outra, cresci tanto que nem sei mensurar, e não costumo quebrar minhas promessas. 

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

O silêncio que grita.

Inúmeros emails na caixa de entrada, telefone que não para de tocar, grupos de whatsapp que não tenho tempo – nem ânimo – para acompanhar. Com eles faço a mesma coisa que faço com a minha vida: silenciar.

Silenciar minhas vontades, minhas ideias, meus sonhos, meu descanso, minha paz, minha alma. Em meio a esses dias, sinto como supostamente eu estivesse sendo sufocada e por dois segundos fecho meus olhos e imagino todos os meus sonhos sendo realizados, os momentos bons que compartilhei com pessoas maravilhosas, e isso ameniza um pouco a angustia que vem sendo minha companheira nos últimos dias.

Tentar manter o foco e me manter de pé são um exercício diário e por várias vezes muito complicado e que confesso às vezes tenho preguiça de exercer. Mas ainda vivo pelo dia em que acordarei disposta e pronta pra guerra.

Enquanto isso não acontece, continuo por aqui seguindo a vida que “eu escolhi”. E sobrevivendo a cada dia, riscando as datas do calendário, imaginando quando e como tudo começará a dar certo. Cabelo arrumado, um bom rímel nos cílios e um fone de ouvido. Tecnicamente estou pronta.


E é assim que vou vivendo, esperando pelo dia em que a minha vontade de ser feliz seja maior do que a vontade dos outros de decidirem a minha vida. 

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Tão triste. Tão eu.

Estou bem. Estou bem. Estou bem.

Repito isso incansavelmente tantas vezes que até acredito por alguns instantes que é verdade, mas quando a realidade se faz presente eu percebo que sou extremante frágil, como uma brisa passageira e que todos esses temporais que têm caído sobre mim me afetam da maneira mais profunda do que os olhos podem ver.

Às vezes me pergunto: “Por que tudo isso?” – obviamente nunca tenho uma resposta plausível e que me convença de que estou no caminho certo, e que obviamente todas as fases são testes que por algum motivo maior – e que eu desconheço – me farão ser forte e merecedora de todas as coisas boas do futuro.

Futuro. Vivo tanto pensando nele, me questionando como serão as coisas daqui cinco, dez anos, fazendo todos os esforços possíveis – e impossíveis -, ultrapassando todos os limites de uma mente sã, para que lá na frente tudo tenha valido a pena. O problema é que não sei como serei daqui um tempo. Nem tenho me reconhecido mais nos últimos meses. Arrisco a dizer que não sou aquela quem eu queria ser. E que talvez nunca mais seja.

Vejo rostos a todo instante, porém são poucos os que conseguem observar minha alma através dos meus olhos azuis e ver que por dentro estou em pedaços, ruínas e sempre que tento me reconstruir vem uma ventania e leva tudo embora.

Entre goles de água e café, tento me manter de pé e sorrir brevemente a cada vez em que me perguntam por qual motivo eu não mudo o rumo da minha vida se não estou feliz. Nunca responderei. Essa resposta juntamente com a minha realidade eu não desejo nem para o meu pior inimigo.



Vou tentar mudar a frase. Talvez “ficar bem” seja mais sincera e me traga um pouco mais alento, de fé, de vida. 

terça-feira, 17 de novembro de 2015

O mundo está doente. E eu também.

Só por hoje eu queria poder apertar o pause. Relaxar, acordar sem me preocupar em fingir que tudo está sempre bem e que quase nada me afeta. Sair por aí sem regras e sem medo de colocar um short ou um vestido. Sorrir e deixar o dia me guiar. Ter algum lugar pra voltar e não pensar em mais nada a não ser em ser feliz da melhor forma que der.

A verdade é que o cansaço pode ser nosso maior inimigo quando atinge nossa mente, nossa alma. Cansaço físico é ruim, mas quando ele afeta lugares novos, isso se torna nosso caos interior. É difícil ter que sempre fingir e demonstrar um ânimo que eu não tenho. Busco a cada dia ser um pouco melhor, mas até disso estou cansada. Me cobro demais e isso acaba me sugando muitas energias.

Só por hoje eu queria fazer o que eu quisesse. Sem cobranças, sem ninguém pra me julgar ou atrapalhar. Respirar, tomar um banho gelado e sentir na pele as coisas boas da vida. Aproveitar mesmo que fosse para não fazer nada. Agenda cheia às vezes nos sufoca, falta tempo pras pessoas que amamos, falta tempo pra nós mesmos.

É como se meu coração estivesse ao avesso e minha alma esvaindo de pouquinho em pouquinho. Sou aquela pessoa que afasta todos ao redor, mas que na verdade só queria um pouquinho mais de tempo, de paz, de calmaria. Sempre fui tempestade, mas ela está me trazendo rugas precoces. Só queria viver.

Só por hoje queria poder ser eu. E não ter que decidir nada. Saborear cada segundinho e perceber que a vida pode ser um pouco mais tranquila e que enquanto estamos nessa correria que atormenta, perdemos momentos que talvez não aconteçam nunca mais. A busca por uma vida melhor, por sucesso profissional e retorno financeiro cegou muita gente, mas ainda fico contente em saber que não fui afetada. Mesmo que eu esteja dentro dessas milhões de pessoas que saem cedo e voltam tarde, abriria mão de tudo isso por um verão tranquilo.


Minha alma e minha mente precisam de férias.