sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Para o meu eu do futuro.

Bom, se você está lendo essa carta é porque algo grave aconteceu e você veio revirar essa caixinha velha cheia de recordações, fotos e poeira. Você sempre encontrou consolo e paz nessas suas coisas velhas né? Confesso que nunca entendi muito bem como alguém consegue - nem que seja um pouquinho – ser feliz revivendo todo o passado em alguns instantes, mas não é sobre disso que quero falar.

Quero falar sobre a gente. Enquanto escrevia essa carta, prometi para mim mesma que só te daria bons conselhos que venham do coração, da alma, porque de pensar demais a gente já está cheia né? Espero sinceramente que suas crises de insônia tenham acabado. Que você consiga se desligar do mundo e dos seus pensamentos inconstantes e consiga ter uma boa noite de sono, caso contrário ao final desta carta, vá dormir, um dia você verá que esse sono desperdiçado fará falta.

Você está feliz? Finalmente colocou aqueles planos em prática e parou de se cobrar tanto? Espero sinceramente que sim, se não, significa que todo meu esforço não foi recompensado. Estou aqui trabalhando oito horas por dia, depois indo pro estágio e por final academia, aos sábados mais estágio e depois a aula fascinante de teatro. Me diga pelo amor de Deus que você não abandonou o teatro. E que também fez aqueles cursos alternativos que tanto queria. Por favor, me diga que você não se deixou levar pela rotina massacrante e virou apenas uma pessoa a mais no mundo.

Talvez, você se pergunte o motivo de estar escrevendo uma carta para você. Nunca fui muito boa em admitir certas coisas, mas agora, sinto que estou chegando no ponto mais alto no meu cansaço físico e mental, e da minha angustia em não poder seguir o meu coração em certos quesitos. Estou aqui, de certa forma me sacrificando para que você daqui uns anos, faça a escolha da sua alma. E que não se arrependa disso.


Então por favor, não desiste. Mesmo que tudo dê errado, lembra que eu dei muito duro pra você ser mais confiante e um pouco mais leve. Pensa em mim, lembra de todo carinho e de cada dorzinha que eu tive no corpo, de cada noite que passei sem dormir direito e faz valer a pena tudo isso. Não se deixa levar. A vida vai colocar pedras no seu caminho, mas seja paciente e remova-as da sua caminhada. Não esquece de mim. Olhe em volta e seja grata. 

Só não esquece de mim. 

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Quem sabe um dia...

Um dia a gente ainda vai entender porque toda essa complicação. Sempre tive plena convicção de que nada é por acaso na vida, porém ainda existem vezes em que eu duvido um pouco da lei do retorno, e me sinto meio perdida em meio ao caos que minha vida se tornou. Morro de pouquinho em pouquinho quando vejo que me transformei em alguém que jurei que nunca seria. Séria demais, pensante demais, chata demais.

Muitas vezes, não estamos de fato totalmente prontos para encarar nossa missão de vida. Arrisco a dizer até que às vezes não queremos enxergar qual a nossa verdadeira missão, o motivo pelo qual nos foi dado a dádiva que é existir, viver.

Expectativas também são uma grande aliada no motivo das nossas decepções. Querer tanto algo, nos faz de certa forma ficar cego perante a vida e todos que nos rodeiam, e quando por acaso essa expectativa não vira realidade, o abismo que fica na alma é incalculável.


Segundas feiras também são um grande peso a se colocar na balança. É nela em que refletimos quase toda nossa vida, pensamos, fazemos planos e imploramos por mais cinco minutinhos. Engraçado pra mim hoje em dia, é ver que eu que sempre adorei segunda feira, me sinto meio perdida hoje em dia quando a semana começa. E ainda ouvi dizer que isso já pode ser a crise dos vinte e poucos anos, mas sinto em dizer que se for realmente isso, sou sobrevivente de uma geração que sofre também da crise dos dezessete, dezoito, dezenove...

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Estar firme.

Sabe aquele dia de Sol que veio depois de dias de chuva sem fim? Aquele dia aconchegante que não é nem frio demais nem calor demais, apenas um dia bonito, em que a gente agradece por estar vivo e se arrepende de todas as vezes que fez drama demais, birra demais, choro demais.

Esse dia tinha tudo – mas, absolutamente tudo pra ser hoje -, mas infelizmente eu cantei vitória cedo demais, e nos quarenta e cinco do segundo tempo, veio um turbilhão de coisas ruins e levou meu dia de Sol pra longe. Quer dizer, pela janela ainda faz um puta Sol e só queria poder ficar ali, recebendo as energias do nosso astro maior, porém estou aqui. Escrevendo enquanto tento manter a cabeça no lugar.

Por que eu? Por que comigo? O que eu fiz pra merecer? Confesso, que nunca encontrei resposta para essas infinitas perguntas. E sempre têm alguém que vem com aquela frase peculiar: “Ah, poderia ser pior. Poderia ser doença...” – nessa hora eu me seguro para não explodir e jogar absolutamente tudo no ventilador. É melhor escrever, me alivia sem deixar feridos.


Não sei como terminar esse texto, mas não me culpo por isso, afinal eu nem sei o que fazer da minha vida, dos meus dias. Só espero que no próximo texto, os dias de Sol sejam predominantes e duradouros. 

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Sentimento bom que mudou a direção.

Nós somos aquele amor de verão que enfrentou altos e baixos e permaneceu pelo resto dos meses. Nós somos aquela coisa de pele, de sintonia, de falar com o olhar e gargalhar por besteira. Nós somos aquele casal que briga, mas que todos ao redor desejam ser um dia. Nós somos o que nunca imaginaríamos que poderíamos nos tornar. Nós somos amor, paixão e nossos alicerces são confiança e parceria.

Nós somos aquelas crianças que vivem implicando um com o outro. Nós somos o típico termo de que “os opostos se atraem”. Nós somos aquela magia de início de festa e a preguiça de domingos de manhã. Nós somos beijo, abraço, beliscão, mordida, cafuné, pele gelada com pele quente – no caso eu e você.

Te confesso que entre todas as coisas que amo na gente, é a forma como vemos nosso relacionamento. E se eu pudesse, daria esse conselho a todos os casais do mundo: namoro não é, nem nunca será sinônimo de prisão. E graças à Deus somos livres. De cobranças e desconfianças. E há quem diga que não somos normais. Se controlar os passos de alguém é ser normal, eu prefiro ser eternamente louca! Algo que vira nó nunca mais volta a ser laço. Deus me livre.

Pode ser até meio piegas esse lance de imaginar casamento e futuro com alguém, mas com você não tenho medo de errar. Não tenho medo de ser quem sou. Amo acordar sem maquiagem e você abrir esses olhos castanhos e sorrir. Amo que nossa loucura seja parecida, e amo mais ainda saber que é você. Que passará os próximos cinquenta anos ao meu lado, suportando minhas crises existenciais e colocando meia no meu pé quando estiver muito frio. Que chegará em casa e nossos filhos correrão pra abraçar e pedir colo. Que viajará o mundo comigo e continuará sendo meu melhor amigo.