Sempre que me perguntaram o que eu queria ser quando eu
crescesse, eu respondia uma coisa diferente. Acho que desde pequena nunca
gostei de rotina daquelas que cansam a alma e atormentam a mente. Gosto de
alguns tipos de rotina, mas isso não vem ao caso nesse texto.
Uma vez respondia que queria ser pediatra, outra vez
veterinária, e acreditem, já quis ser modelo. Mas sempre preferi comer, então
essa opção foi logo descartada.
Então a última vez que me perguntaram, eu respondi o que
sentia passar pelas minhas veias, o que eu respirava e o que me fascinava.
Atuar. É a primeira vez que falo abertamente sobre esse assunto, poucas pessoas
sabem e há quem diga que nasci para isso.
Mas então aqueles sorrisos e incentivos se tornaram rostos
fechados e de decepção. Nunca fui surpreendida tão negativamente, e nunca achei
que não teria o apoio que eu precisava. Desde então ninguém nunca mais ousou me
perguntar o que eu queria ser quando crescer, e o assunto nunca mais foi
falado, como se fosse um tipo de bomba prestes a estourar a qualquer momento.
Cresci fazendo planos para meu futuro, achando que a opinião
mudaria quando eu mostrasse que estava certa daquilo e que tinha realmente
condições que ir atrás.
Porém mais uma vez fui surpreendida e o assunto virou a
polêmica da família, todos criticando e me julgando imatura, apenas por eu
querer seguir algo que me faz feliz. Eu poderia fazer qualquer coisa na vida,
menos atuar. Ponto.
Aceitei e encerrei meus planos e pensamentos sobre isso, a
resposta nunca mudou, mas se alguém me perguntar o que quero ser quando crescer
a resposta vai ser uma só e imediata: quero ser livre.
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