A gente acha
que nada pode piorar. Mas sempre pode. Sempre piora. Finais de semana tão bons
e segundas feiras infernais. Bebo veneno todos os dias e na sexta feira peço
pra Deus me ressuscitar. Ando por aí sem noção alguma de tempo, me perdi em alguns
quarteirões e não consigo achar a saída. Ouço milhões de vozes me chamando. Uma
pra cada rua diferente e fico tonta. Congelo e não saio do lugar.
Leio textos
que parece que foram feitos pra mim. Me encho de coragem e boas sensações. Dois
segundos depois estou eu aqui em pedaços. Afinal ninguém de fora sabe o que
realmente se passa aqui dentro. Quando parece que encontrei a luz no fim do
túnel, vem alguém e simplesmente apaga.
Angustia me
define muito bem. Tento manter o foco e esperança na vida e nas pessoas, mas é
extremamente desgastante nadar contra a correnteza. Queria ser mais forte.
Queria ser mais confiante. Quase nos vinte, com a alma frágil de uma criança de
cinco anos e a mentalidade de alguém que envelheceu uns dez anos nos últimos
dois. Perdida em meio ao caos, sorrindo sempre e repetindo a mesma frase automática
“estou bem”.
Suplicando
para que alguém perceba minhas mensagens subliminares, meus pedidos de socorro
e me salve de alguma forma. As forças se esgotaram. A mente cansou. O corpo se
rendeu a exaustão. E essas marcas de expressão revelam exatamente quem tenho
sido nos últimos tempos: alguém sem vida, sem cor, sem ânimo. Olho pro espelho
e vejo alguém totalmente diferente, não me reconheço não me encontro.
Vou seguindo
por essas ruas estranhas e frias, apenas andando, apenas seguindo. Sorrindo.
Falando. Estudando. Trabalhando. Escrevendo. Cantando. Pensando. Respirando.
Querendo. Imaginando. Conversando. Ouvindo. E principalmente fingindo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário