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Coração de Chernobyl.
Preso na minha ilusão, tento me libertar da
cela do teu coração, mas estou sob a ameaça de uma bomba atômica, nela está
contida a substância mais pura do mundo, algo que se for usado de maneira
errada destrói vidas, mas mesmo assim é o sentimento mais genuíno de todos: o
amor.
Ela explode liberando todo seu conteúdo, o
amor está no ar, quero morrer por asfixia, eu sucumbi ao vazio existencial, me
perdi na solidão, continuo vivendo sem razão, não há sentido viver sem estar ao
teu lado, tudo se torna tão obsoleto, superficial, estou doente, doente de amor
Respiro por aparelhos, já vejo a luz no fim do
túnel, mas, veja só, é você quem me espera do outro lado, eu fico imaginando
tudo o que não vivemos, me parece tão bom, a ilusão é melhor que a realidade, é
melhor sonhar para sempre do que estar acordado, mas, pensando bem, neste
momento derradeiro da vida, chego à uma conclusão que deveria ter sido pensada
muito antes: por quê não tornamos nossos sonhos em realidade?
Talvez seja tarde, talvez o amor não
correspondido seja uma doença terminal, talvez eu já esteja infectado por este
sentimento atômico, talvez eu já esteja mais pra lá do que pra cá, mas isso
tudo é só "talvez".
E se isso tivesse cura? Se a cura para minha
doença fosse uma transfusão de amor? Digo, tudo o que você tem que fazer é me
amar como eu te amo, acreditar que eu posso te fazer feliz, talvez eu também te
cure dessa mesma doença, talvez tudo o que você precise seja de uma transfusão
de amor, talvez o amor seja o melhor remédio, talvez fomos feitos um para o
outro.
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