Doeu quando
cê não me ligou no dia do meu aniversário, doeu quando cê sumiu e esqueceu que
eu existia, doeu quando quando cê virou alguém que jurou nunca ser, doeu quando
vi a foto da sua formatura na faculdade e eu não estava lá, doeu perceber que
nunca fui tão importante pra você assim.
Mas agora
vou te confessar que não dói tanto assim, sinto que aos poucos isso vai
aliviando. Já não lamento mais, já não choro mais, já não procuro ter notícias
suas, já não ouço nossas músicas, já não lembro tanto assim de você quando vou
ao show dos nossos ídolos. Acho que a cicatriz vai desaparecendo né? Bem
devagar, bem dolorida, mas ela vai sumir. Obvio que sempre vai estar lá, mas
não vou mais enxergar, e isso me fará um bem enorme.
Depois da
minha última crise consegui amadurecer muito, aceitar e entender muita coisa,
me libertei de sentimentos que não agregavam em nada na minha vida, e vejo você
indo embora também. Não fisicamente, pois você sumiu faz anos, mas finalmente
do meu coração. Da minha saudade. Dos pedidos que eu ainda faço antes de
dormir. Dos presentes que ainda peço ao Papai Noel. Vejo você indo embora, mas
dessa vez de uma maneira bonita, digna de finais de filmes, e deixando apenas um
brilho e poucas memórias boas, sorrindo e dizendo que fui alguém especial para
você.
Abro os
olhos e não sinto mais mágoa, nem falta, nem raiva, nem tristeza. Nada. Sempre
achava que seríamos sócias, dividiríamos um ap e viajaríamos pelo mundo atrás
do nosso sonho constante. Nossos filhos seriam melhores amigos e tomaríamos chimarrão
aos finais de tarde. Pode ter certeza que farei isso um dia. Mas sozinha.
Aquele lugar que era seu, ninguém mais ocupará. Aqueles planos eram nossos. Só
nossos.
Eu desci e
segui meu caminho logo depois que você desceu também. Eu precisava continuar
minha vida, com ou sem você. A vida segue e um dia quem sabe a gente se esbarre
por aí, ou não, mas no momento agora, eu quero apenas aproveitar as pessoas que
estão comigo. Desculpe, de você eu não lembro mais.
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