Antes de
começar a escrever esse texto, fiquei pensando muito em tudo que vem acontecendo
comigo nesses quatro meses de um novo ano, em que eu prometi apenas ser feliz,
sem pensar em nada. E vi que não estou cumprindo a promessa. Minha ansiedade e
estresse me faz levar as coisas a sério demais, e acabo perdendo a melhor parte
de tudo, me preocupando sempre com coisas que não me pertencem.
Cada dia me
torno mais chata, mais mau humorada e mais presa nas grades que eu própria
criei. O cansaço toma conta dos meus dias e aquela Vitória com alma livre deu
lugar a alguém que só quer ficar dormindo o dia inteiro.
Trabalhar
oito horas, ir pra aula, assistir matérias não muito interessantes, pensar
sobre meu tcc, chegar em casa na hora em que a Cinderela vai embora do baile,
números, cálculos, nomes, telefone tocando, enfim sexta. Mas tem o teatro
sábado, tem a bagunça interna e externa para arrumar, e no fim acabo me
perdendo no meio e desisto.
Mas nada que
um bom final de semana não resolva, e sirva para eu enxergar coisinhas que
insisto em não dar valor. Mas não adianta, essas coisinhas mínimas são as mais
importantes. São o que dão sentido a tudo. Pô, eu sou adulta, trabalho e ganho
o meu dinheiro, estudo algo que me fascinou e o teatro? O maior dos maiores
sonhos sendo realizado!!! Não posso mais deixar meu cansaço emocional tomar o
controle da situação. Estou vivendo – quase – tudo que eu sempre quis. Não pode
haver tanto pessimismo assim.
Com esses
altos e baixos vou seguindo, dando um passo pequeno e bem discreto de cada vez.
Abandonei pessoas e coisas que só me sufocavam, e me sinto bem mais leve agora.
Sei que aos poucos eu posso conseguir tudo que eu quero, e haverão dias bem
melhores. Então é isso, sorriso no rosto – mesmo se as coisas insistirem em dar
errado – e sempre em frente. Encontrei meu lugar no mundo. E mais do que nunca
tenho certeza de que os sonhos nunca morrem.
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