Entre os
meus altos e baixos vivo sempre todos os meus dias iguais de forma diferente.
Ou pelo menos tento. Ou pelo menos finjo que tento. Houve dias em que eu quis
pirar. Jogar tudo para o alto e sair por aí, respirar, encontrar o meu caminho
verdadeiro e não o caminho que as pessoas esperam que eu siga.
Mas depois
eu vi que não importa. Nada que eu faça, ou por onde eu esteja vai mudar o que
existe aqui dentro. Buracos. Abismos. Talvez até um poço sem fundo. É
necessário perceber e aceitar que alguns problemas nos pertencem e só nos
livramos deles quando entendemos que nenhum sofrimento é eterno.
Nossa, olha
a dramática novamente falando de tristeza e blábláblá. Sim, eu falo muito
disso, porque eu não escrevo nada que não esteja na minha alma, e isso virou
uma marca em mim. Meus traumas, minhas decepções, meus medos e vontades nunca
realizadas são o que eu sou e de maneira alguma irei esconder isso de alguém.
Mascarar as cicatrizes faz com que elas cresçam de maneira absurda e só
percebemos isso quando elas se tornam maiores que nós mesmos e maiores do que
todas as coisas boas que já vivemos.
Por isso sou
extremamente sincera com as minhas dores. E ser assim não significa que eu não
seja feliz. Quer dizer, não sempre. Há dias tristes e há dias alegres. Algumas
pessoas têm mais dias bons, outras mais ruins e assim vai. Não existe
felicidade plena todos os dias, e ninguém passa meses sofrendo. Hoje estou mais
ou menos, amanhã talvez melhor, talvez pior.
Falar sobre
saudades, faltas, perdas e desilusões não me faz alguém ruim. E isso não
significa também que eu não dê valor para as coisas boas que me acontecem. A
simplicidade é a chave para um coração leve e tranquilo, porém às vezes a gente
tranca o coração e perde a chave. Mas um dia a gente aprende a fazer mil cópias
dessa chave e enxerga que dias ruins são extremamente necessários. A tristeza
nos ensina coisas que a felicidade jamais irá saber.
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