23 de janeiro do ano passado, exatamente há um ano atrás eu
estava abrindo mão de mais uma coisa na vida: minha matrícula na faculdade.
Posso confessar que aquele curso não era meu sonho, mas eu já havia me
acostumado com a ideia de ser uma universitária.
Lembro bem, lembro até da roupa que eu estava vestindo, de
como eu estava insegura, mas eu segui. E fui em frente. Sempre.
Nesse mesmo dia, encontrei um amigo meu de infância, no fim
da tarde, conversamos sobre uma festa que ia acontecer no sábado, e ele me
indagou várias coisas e minha resposta era só uma: estou bem.
Eu não queria me relacionar com ninguém, e ele com sua
curiosidade me deixou meio grossa até, dizendo que não queria saber de rolos,
amores nem nada do tipo. Iria na festa apenas para me divertir e esquecer um
pouco da vida.
Eis que o improvável aconteceu e nesse mesmo sábado, um ano
depois, faço um ano de namoro. Com a pessoa menos provável, do jeito mais inacreditável
e só tenho a agradecer.
365 dias, 8760 horas ao lado de alguém que só me trouxe
sorrisos e me fez acreditar na vida, nas pessoas, no amor e nem me deixa mais
cair. Me segura firme e me da equilíbrio para seguir em frente.
E agora aquela desistência faz todo sentido. Eu precisava abrir mão de algo bom, para algo extraordinário entrar.
E que venham mais mil e um anos desse sentimento puro e sem
máscaras.
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