E ela um belo dia acorda e se vê muito distante do que já
foi um dia. Encontra fotos antigas e não consegue identificar o exato momento
em que se perdeu, virou a esquina e simplesmente foi seguindo... Encontrou
outras pessoas e supostamente esqueceu as pessoas mais importantes da sua vida.
Continuou seguindo, e a cada dia que passava ela ficava mais diferente, já não
tinha tantos amigos, já não gargalhava tanto quanto antes, já não tinha vontade
de sair de casa.
Ela só sentia saudades, mas se afastou tão absurdamente de
tudo e de todos que não conseguia mais voltar, ser como antes, viver a vida com
mais calma, com mais graça. O tempo continuou seguindo e ela ficando quase
irreconhecível. As novas amizades já não eram tão empolgantes assim e ela só se
sentia querida por uma meia dúzia. E ela via aqueles antigos amigos ainda
juntos, e sempre vivendo a vida, aproveitando...
Quando tinha um tempo na sua rotina corrida, ela se
perguntava aonde havia ido parar aquela menina que cativava muita gente, que de
certa forma despertava raiva em outras pessoas, que dava um pulo quando o
despertador tocava e ia pra aula feliz da vida, que tinha um quarto e uma vida
dentro dele, que tinha sonhos e uma vida boa.
Hoje em dia ela continua sem tempo algum, mas ainda sente
saudades, e promete para si mesma que um dia voltará a ser aquela que todos
queriam fazer parte do grupo, que conquistava de alguma forma secreta as
pessoas e que tinha a gargalhada como rotina em sua vida.
Ela só queria levar a vida do jeito que era antes, a vida
era boa, a vida era doce e ela infelizmente não sabia disso. Ela tem amizades
que vieram nesses últimos anos e algumas permanecem com ela até hoje, e ela é
grata por isso. Alguns antigos também ainda dão as caras algumas vezes, mas as
coisas mudaram. Ela nem de longe cativa e atraí as pessoas como antes. É como
se a magia dela tivesse acabado.
E ela faria tudo para voltar
a de certa forma brilhar.
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