Quarta feira, 23 de dezembro de 2009.
Não lembro exatamente a hora em que acordei naquele dia, mas
parecia que havia passado um furação por dentro de mim, e levado tudo. Eu não
tinha nada no estômago, nada na cabeça, ninguém pra conversar, nada pra fazer.
Como se tivessem sugado até o sangue das minhas veias.
Eu não conseguia acreditar, tudo havia acabado mesmo, e
agora? O que seria de mim? O que seria dos meus dias? O que seria da minha
vida? Perguntas que até hoje – confesso – que não encontrei resposta.
Os dias iam passando, as férias ali prontas para serem
aproveitadas, Sol e verão que eu tanto amo, mas nada me empolgava, por mim
passava os meus dias dormindo, esperando por aquele pesadelo acabar.
O retorno das aulas se aproximavam, e isso só me apavorava
mais. Eu não queria outro colégio, outros colegas, outros ares. Eu queria
voltar no tempo e congelar. Viver pra sempre naquela oitava série. Por que
ninguém entendia isso?
Então as aulas começaram, me vi perdida em um colégio frio e
enorme. Me vi plenamente sozinha e sem ninguém.
Alguns colegas daquela turma foram para o mesmo colégio que eu, mas em turmas
diferentes. As coisas mudaram e nunca mais foram as mesmas.
Graças à Deus aqueles três anos de ensino médio passaram rápido,
confesso que fiz amizades muito especiais pra mim, mas ainda sim, aquela turma
de 2009 ainda vive na minha memória. Hoje em dia, consigo assimilar bem mais os
fatos, e entender. Mas aceitar isso, é algo impossível pra mim.
Cresci e infelizmente percebi que nem todos aqueles colegas
me queriam tão bem e pro perto como eu os queria. No início foi meio
perturbador, mas agora já consigo enfrentar a vida como ela é.
Saudade é nossa alma dizendo pra onde ela quer voltar, e se
eu pudesse fazer um pedido, não pensaria duas vezes e pediria pra viver aquele
ano de novo, só mais uma vez.
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