“Eu nunca esperava escrever uma carta
de adeus à você. Éramos pra sempre lembra? Pois é, e agora não sei aonde foi
parar a nossa eternidade, e todos aqueles planos que fizemos durante tanto
tempo.
Queria abrir os olhos e enxergar que
tudo isso não passa de uma brincadeira, uma pegadinha daquelas que não tem a
menor graça. Mas, você não está aqui. E eu estou vagando nas nossas lembranças,
me perguntando qual foi meu erro clichê que fez você mudar. Não consigo
entender. Você sempre teve inúmeras qualidades, porém nas pequenas coisas,
aquelas que faziam o amor sobreviver você falhava. Não sou perfeita não meu
bem, mas sempre pensei mais em você do que em mim, e talvez esse tenha sido meu
erro.
Abrir mão das minhas vontades pelas
suas, dos meus gostos pelos seus, dos meus amigos pelos seus. E você se quer
dava conta de como isso me feria. No café da manhã a mesma coisa, preparava
tudo pra você, e depois pra mim, e você nunca ousou me fazer uma surpresa com
café na cama. E assim em tudo. Nunca quis que você fosse aquele cara meloso que
vivesse fazendo todas as minhas vontades, mas, você quase nunca regou
diariamente nossa florzinha, e ela morreu. Morreu por dentro, e demorou um
baita tempo pra reconhecer que não ia ressuscitar.
Sempre achei que quando a gente
gosta, não mede esforços e não existe falta de tempo ou criatividade. E pra mim
isso era lei, mas você passava batido em tudo. Obviamente era legal né? Quando
eu te preparava uma surpresa, mas quando era ao contrário, era nada. Eu fingia
que não me importava. Quem liga se ele não tenta ao menos me surpreender? Eu
ligava. Podia contar quantos ursinhos de pelúcia você me deu, quantas cartas
você escreveu, quantas coisas românticas você me fez e isso se resume a um número
menor que dois.
Você dizia que eu era chata. E talvez
eu fosse, mas eu tentava te mostrar que ninguém faria o mesmo por você. Eu
tentava te fazer entender que mesmo que eu fosse muito básica, resumida e
prática, eu precisava daquelas coisinhas clichês que se fazem em namoros. Mas,
desde o início nunca fomos iguais à todos os casais e talvez esse foi aquele
nosso erro fatal, que destruiu nosso alicerce.
Para terminar, só desejo à você as
melhores coisas da vida. Você merece e eu nunca conseguiria odiar você. Desejo
que você um dia perceba que eu estava certa, mas que consiga entender que o
tempo não volta só porque você se arrependeu.”
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