Inúmeros
emails na caixa de entrada, telefone que não para de tocar, grupos de whatsapp
que não tenho tempo – nem ânimo – para acompanhar. Com eles faço a mesma coisa
que faço com a minha vida: silenciar.
Silenciar
minhas vontades, minhas ideias, meus sonhos, meu descanso, minha paz, minha
alma. Em meio a esses dias, sinto como supostamente eu estivesse sendo sufocada
e por dois segundos fecho meus olhos e imagino todos os meus sonhos sendo
realizados, os momentos bons que compartilhei com pessoas maravilhosas, e isso
ameniza um pouco a angustia que vem sendo minha companheira nos últimos dias.
Tentar
manter o foco e me manter de pé são um exercício diário e por várias vezes
muito complicado e que confesso às vezes tenho preguiça de exercer. Mas ainda
vivo pelo dia em que acordarei disposta e pronta pra guerra.
Enquanto
isso não acontece, continuo por aqui seguindo a vida que “eu escolhi”. E
sobrevivendo a cada dia, riscando as datas do calendário, imaginando quando e
como tudo começará a dar certo. Cabelo arrumado, um bom rímel nos cílios e um
fone de ouvido. Tecnicamente estou pronta.
E é assim
que vou vivendo, esperando pelo dia em que a minha vontade de ser feliz seja
maior do que a vontade dos outros de decidirem a minha vida.