sexta-feira, 27 de novembro de 2015

O silêncio que grita.

Inúmeros emails na caixa de entrada, telefone que não para de tocar, grupos de whatsapp que não tenho tempo – nem ânimo – para acompanhar. Com eles faço a mesma coisa que faço com a minha vida: silenciar.

Silenciar minhas vontades, minhas ideias, meus sonhos, meu descanso, minha paz, minha alma. Em meio a esses dias, sinto como supostamente eu estivesse sendo sufocada e por dois segundos fecho meus olhos e imagino todos os meus sonhos sendo realizados, os momentos bons que compartilhei com pessoas maravilhosas, e isso ameniza um pouco a angustia que vem sendo minha companheira nos últimos dias.

Tentar manter o foco e me manter de pé são um exercício diário e por várias vezes muito complicado e que confesso às vezes tenho preguiça de exercer. Mas ainda vivo pelo dia em que acordarei disposta e pronta pra guerra.

Enquanto isso não acontece, continuo por aqui seguindo a vida que “eu escolhi”. E sobrevivendo a cada dia, riscando as datas do calendário, imaginando quando e como tudo começará a dar certo. Cabelo arrumado, um bom rímel nos cílios e um fone de ouvido. Tecnicamente estou pronta.


E é assim que vou vivendo, esperando pelo dia em que a minha vontade de ser feliz seja maior do que a vontade dos outros de decidirem a minha vida. 

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Tão triste. Tão eu.

Estou bem. Estou bem. Estou bem.

Repito isso incansavelmente tantas vezes que até acredito por alguns instantes que é verdade, mas quando a realidade se faz presente eu percebo que sou extremante frágil, como uma brisa passageira e que todos esses temporais que têm caído sobre mim me afetam da maneira mais profunda do que os olhos podem ver.

Às vezes me pergunto: “Por que tudo isso?” – obviamente nunca tenho uma resposta plausível e que me convença de que estou no caminho certo, e que obviamente todas as fases são testes que por algum motivo maior – e que eu desconheço – me farão ser forte e merecedora de todas as coisas boas do futuro.

Futuro. Vivo tanto pensando nele, me questionando como serão as coisas daqui cinco, dez anos, fazendo todos os esforços possíveis – e impossíveis -, ultrapassando todos os limites de uma mente sã, para que lá na frente tudo tenha valido a pena. O problema é que não sei como serei daqui um tempo. Nem tenho me reconhecido mais nos últimos meses. Arrisco a dizer que não sou aquela quem eu queria ser. E que talvez nunca mais seja.

Vejo rostos a todo instante, porém são poucos os que conseguem observar minha alma através dos meus olhos azuis e ver que por dentro estou em pedaços, ruínas e sempre que tento me reconstruir vem uma ventania e leva tudo embora.

Entre goles de água e café, tento me manter de pé e sorrir brevemente a cada vez em que me perguntam por qual motivo eu não mudo o rumo da minha vida se não estou feliz. Nunca responderei. Essa resposta juntamente com a minha realidade eu não desejo nem para o meu pior inimigo.



Vou tentar mudar a frase. Talvez “ficar bem” seja mais sincera e me traga um pouco mais alento, de fé, de vida. 

terça-feira, 17 de novembro de 2015

O mundo está doente. E eu também.

Só por hoje eu queria poder apertar o pause. Relaxar, acordar sem me preocupar em fingir que tudo está sempre bem e que quase nada me afeta. Sair por aí sem regras e sem medo de colocar um short ou um vestido. Sorrir e deixar o dia me guiar. Ter algum lugar pra voltar e não pensar em mais nada a não ser em ser feliz da melhor forma que der.

A verdade é que o cansaço pode ser nosso maior inimigo quando atinge nossa mente, nossa alma. Cansaço físico é ruim, mas quando ele afeta lugares novos, isso se torna nosso caos interior. É difícil ter que sempre fingir e demonstrar um ânimo que eu não tenho. Busco a cada dia ser um pouco melhor, mas até disso estou cansada. Me cobro demais e isso acaba me sugando muitas energias.

Só por hoje eu queria fazer o que eu quisesse. Sem cobranças, sem ninguém pra me julgar ou atrapalhar. Respirar, tomar um banho gelado e sentir na pele as coisas boas da vida. Aproveitar mesmo que fosse para não fazer nada. Agenda cheia às vezes nos sufoca, falta tempo pras pessoas que amamos, falta tempo pra nós mesmos.

É como se meu coração estivesse ao avesso e minha alma esvaindo de pouquinho em pouquinho. Sou aquela pessoa que afasta todos ao redor, mas que na verdade só queria um pouquinho mais de tempo, de paz, de calmaria. Sempre fui tempestade, mas ela está me trazendo rugas precoces. Só queria viver.

Só por hoje queria poder ser eu. E não ter que decidir nada. Saborear cada segundinho e perceber que a vida pode ser um pouco mais tranquila e que enquanto estamos nessa correria que atormenta, perdemos momentos que talvez não aconteçam nunca mais. A busca por uma vida melhor, por sucesso profissional e retorno financeiro cegou muita gente, mas ainda fico contente em saber que não fui afetada. Mesmo que eu esteja dentro dessas milhões de pessoas que saem cedo e voltam tarde, abriria mão de tudo isso por um verão tranquilo.


Minha alma e minha mente precisam de férias.