quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Quatro.

Contagem regressiva. Quatro dias para meu aniversário. Confesso que estive em crise no inicio desse mês e por impulso – e por problemas – cancelei a comemoração que eu faria. Depois que o caos passa sempre vem o dia de Sol, e eu obviamente me arrependi. Porém a vida faz coisas que nem sempre entendemos, mas aceitar é o primeiro e mais importante passo.

Fiz uma micro retrospectiva – pois se eu fizesse algo mais completo, duraria uns dez textos –, relembrei tantas coisas, e senti um certo alivio. Afinal, todo mundo tem altos e baixos, situações mais criticas ou mais simples, e parando pra pensar, já passei por tantas coisas que até Deus duvida.

Mas talvez a principal lição que eu tirei de tudo isso é que mesmo quando tudo parece perdido, há chances de mudar o jogo. Mesmo que seja difícil, somente a morte é irreversível. Mesmo que às vezes eu caia e queira ficar no chão, preciso me erguer e continuar, afinal coisas boas vem pra quem nunca desiste né? Espero que sim.

Sempre amei a data do meu aniversário. Desde pequena amo o número 4, e quando faltam alguns dias pra ele chegar – tipo agora – eu fico muito pensativa sobre tudo, tento encerrar meus ciclos e começar outros. Tento esvaziar a bagagem de coisas ruins para entrar na nova idade um pouco mais leve. E peço sempre sabedoria. O que tiver que ser, será.


Já sinto saudades dos dezenove. Mas, a maior lição que aprendi nesse tempo de vida é que tudo acaba. Tudo se renova. E vou tentar ser o mais feliz possível nesses últimos dias, e manter a cabeça firme, pensando positivo e buscando o equilibro. Pois no final das contas não há presente maior que a nossa própria história.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Talvez seja um pedido.

Talvez a pior parte de crescer é ver que você não acredita mais tanto nas coisas. Nem em contos de fadas, nem em papai Noel e arrisco a dizer que deixa até de acreditar um pouquinho na vida. A vida vai ficando mais corrida, os amigos vão ficando mais escassos, e finais de semana não são mais sinônimos de descanso. Quando eu tinha uns quatorze anos o que eu mais queria era completar os dezoito. Cê sabe, aquela típica ingenuidade que acha que tudo viram flores quando você vira adulto. Mas agora, eu queria poder parar no tempo. Pular a parte em que faço aniversário e continuar nos dezenove, pelo menos por mais uns dias, até eu me reestruturar, até eu voltar a ser quem eu era tempos atrás.

Mas o que a vida mais sabe fazer é voar. Então daqui a pouco piscarei os olhos e já terão passado onze dias. E eu estarei completando vinte anos. Não tem como mudar né? Só posso fazer um único pedido: que essa nova idade me traga mais leveza, equilíbrio e que eu encontre em algum lugar a minha partezinha boa que perdi. Que eu volte a ver mais graça nas coisas, que eu tenha um pouquinho mais de tempo para não fazer absolutamente nada, que eu saiba tomar minhas decisões sem olhar para trás.

E que no próximo ano, nada me abale. E que eu esteja mais feliz em completar mais uma primavera e quem sabe até eu comemore isso. Sem brigas. Sem cobranças. Sem julgamentos. Sem palpites. Sem negatividade. Sem tudo dando errado. Sem cansaço. Que seja mais leve. Que me faça mais leve.


Que eu seja mais livre. 

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Algo que não sou.

A gente acha que nada pode piorar. Mas sempre pode. Sempre piora. Finais de semana tão bons e segundas feiras infernais. Bebo veneno todos os dias e na sexta feira peço pra Deus me ressuscitar. Ando por aí sem noção alguma de tempo, me perdi em alguns quarteirões e não consigo achar a saída. Ouço milhões de vozes me chamando. Uma pra cada rua diferente e fico tonta. Congelo e não saio do lugar.

Leio textos que parece que foram feitos pra mim. Me encho de coragem e boas sensações. Dois segundos depois estou eu aqui em pedaços. Afinal ninguém de fora sabe o que realmente se passa aqui dentro. Quando parece que encontrei a luz no fim do túnel, vem alguém e simplesmente apaga.

Angustia me define muito bem. Tento manter o foco e esperança na vida e nas pessoas, mas é extremamente desgastante nadar contra a correnteza. Queria ser mais forte. Queria ser mais confiante. Quase nos vinte, com a alma frágil de uma criança de cinco anos e a mentalidade de alguém que envelheceu uns dez anos nos últimos dois. Perdida em meio ao caos, sorrindo sempre e repetindo a mesma frase automática “estou bem”.

Suplicando para que alguém perceba minhas mensagens subliminares, meus pedidos de socorro e me salve de alguma forma. As forças se esgotaram. A mente cansou. O corpo se rendeu a exaustão. E essas marcas de expressão revelam exatamente quem tenho sido nos últimos tempos: alguém sem vida, sem cor, sem ânimo. Olho pro espelho e vejo alguém totalmente diferente, não me reconheço não me encontro.


Vou seguindo por essas ruas estranhas e frias, apenas andando, apenas seguindo. Sorrindo. Falando. Estudando. Trabalhando. Escrevendo. Cantando. Pensando. Respirando. Querendo. Imaginando. Conversando. Ouvindo. E principalmente fingindo. 

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Quero ter esperança.

Olhe em volta. Quantas pessoas você enxerga sorrindo? Quantas não estão no celular? Quantas observam a vida lentamente? Creio que nenhuma. Olho ao meu redor e só vejo gente apressada, preocupada e estressada. Vivendo no modo automático. Aturando dias infernais, engolindo milhões de sapos e cada vez mais individualistas.

Crianças se tornam adolescentes alienados pelas redes sociais, os adolescentes se tornam adultos inseguros e criam mais responsabilidades do que podem carregar, os adultos se tornam idosos doentes e mal humorados. Por dois segundos me pergunto: por que tudo isso? A resposta é mais rápida que um piscar de olhos: desperdício. De tempo, de energia, de criatividade, de vida.

Nossa geração está acostumada a ser péssima naquilo que nos obrigam a ser bons. Constantes frustrações e cobranças nos fazem duvidar do futuro e apenas sobreviver. Liberdade é apenas mais uma palavra bonita que vejo tatuada em pessoas que ao menos sabem o que realmente significam. O egoísmo e a avareza têm dominado a maioria das pessoas que conheço, e rezo para que seja realmente apenas mais uma fase que todo mundo passa.

Geração y, ou geração coca cola foi substituída pela geração idiota. Dinheiro e futilidades têm mais importância do que uma boa companhia. Vejo gente mentindo e vendendo-se por tão pouco, quase nem consigo acreditar. Nos acomodamos a pensar que nada mudará e que para nos encaixarmos na sociedade hipócrita de hoje em dia, temos que ser iguais.


Todas as noites peço baixinho para que eu não me perca nesse mundo louco onde a inveja é a protagonista, e que eu e meus sonhos não sejamos infectados por essa falta de amor e de esperança na vida. Quando eu crescer só quero ser feliz.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Viver tudo que há.

Nunca entendi muito bem qual o sentido da vida, mas uma coisa é certa: não existe felicidade plena e infinita. Vejo pessoas a todo instante buscando algo abstrato que eu nunca vi, mas tenho certeza de que não existe.

Parece que hoje em dia é pecado ser triste. Chorar é crime e cair é vergonhoso. Lembro que quando eu era criança meu pai dizia pra eu engolir o choro, e isso só me fazia chorar mais. Não estou dizendo que sou a favor a depressão, suicídios e afins. Porém é normal ter dias ruins, chorar, afundar e dar tempo ao tempo para levantar.

Vivemos em um mundo tão egoísta que fazem até competições pra ver quem é feliz por mais tempo, quem é mais forte, e quem se reergue mais rápido. Desculpe, porém pra mim chorar não é sinônimo de fraqueza. Nunca será.

É algo bem mais forte e vai muito além da tristeza ou raiva. É sentimento, emoção que vem da alma, e afirmo com toda a certeza de quem não tem certeza de nada vida: eu nunca vou engolir um choro, muito menos fingir estar bem quando na verdade estou em pedaços. Prefiro ser sincera comigo e com as minhas dores. Esconder é só adiar a bomba que irá explodir.

Pra sermos mais fortes e felizes, temos que passar por momentos difíceis. É regra da vida. Não adianta tentarmos blindar a tristeza com um sorriso amarelo no rosto, isso só machuca mais o coração.


Quando vejo as pessoas dizerem “vamos nos permitir” concordo plenamente e afirmo com todas as letras: permitir-se é viver, aproveitar, experimentar, errar, aprender, sorrir e principalmente chorar.