terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Liberté.

Por fim a gente acaba vendo que o tempo voa e pouco se é aproveitado. Num piscar de olhos o verão acaba o inverno acaba e tudo recomeça sem que a gente tenha vivido tudo que tinha pra viver.

Eu amo praia e nunca vou à praia. Porque não tenho casa na praia, porque não tenho tempo e porque sempre tenho mil coisas pra colocar em dia nas minhas férias que quando vejo já está na hora de voltar.

Não entendo o motivo de estarmos sempre assim: correndo. E deixando de fazer coisas que são importantes pra nós, pro nosso bem estar. Não deveria ser assim, mas a sociedade adora criticar quem tenta viver da melhor forma possível, pois isso  não é o padrão considerado bom.

Vejo tanta gente livre podendo fazer o que quiser da vida, desperdiçando isso da pior forma possível: não fazendo nada. Ou só fazendo besteira. Jogando seu precioso tempo livre fora, apenas respirando e não vivendo. E eu aqui, só querendo mais cinco minutinhos pra dormir, só querendo poder curtir um dia de Sol, só querendo tomar chimarrão no fim de tarde, só querendo caminhar na beira da praia de manhã e curtir a noite também. Pequenas coisas que pra qualquer um pode ser besteira, mas pra mim são um tesouro pelo qual vivo buscando.


Liberdade não é sair por aí tomando todas, beijando mil bocas e contrariando os pais. Liberdade vai muito além do que se pode ver, e só quem vive em busca dela vai me entender. 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Vinte e um de Dezembro.

Procura-se uma mente vazia e uma alma tranquila. As coisas estão bem pesadas por aqui, até meu corpo jovem clama por socorro. Já levantei bandeira branca inúmeras vezes, mas mesmo assim a guerra ainda continua. Ouvi pessoas dizerem que nós devemos ser nossa própria saída de emergência, nossa solução, mas a cada novo dia que tento me manter firme diante da vida, vem um terremoto maior que o último e me faz desabar.

Ando perdendo a vontade de levantar – confesso e me envergonho disso – porém há vezes em que é mais fácil afundar. Menos dolorido. E eu que já conheço muito bem o fundo do poço não me importo mais em ficar uns dias por lá, depois me ergo e aos poucos vou dando passos pequenos e até me sinto mais forte. Mas, o fundinho do poço nunca sente saudades minhas afinal eu sempre volto.

Já ouvi dizerem que não me imaginam triste, afinal até quando sou mal humorada eu consigo ser engraçada. Mas também já ouvi dizer que os palhaços e humoristas só são assim tão engraçados porque no fundo são eternamente tristes. Por ironia da vida sempre quis ser atriz comediante. Acho que isso define muita coisa.


Só sei que ando cansada. E sim, sei que já escrevi muito sobre cansaço e blábláblá e que ninguém mais quer saber, mas é que o cansaço cada vez mais atinge lugares desconhecidos em mim. E nunca se sabe qual desses lugares pode ser o pilar que segura toda minha estrutura.  

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Ah, o verão.

Finais de tarde no verão são sinônimos de amor, de calmaria, de brisa leve. Mas eu e você estamos sempre correndo aí na luta, e parece que nosso tempo é tão pouco quando estamos juntos. Eu só queria apertar o pause. Deixar rolar. Sem pressa, sem tempo, sem responsabilidade, sem neura na mente, deixar fluir. Sorrir contente.

Mas parece que isso é uma realidade tão distante, que não nos pertence, que não faz parte da gente. Como se tivéssemos nascido para correr contra o tempo, até parece meio irônico você nasceu de sete meses e eu com a diferença de quinze dias a mais. Não sei o que isso quer dizer, o que significa, mas te confesso que daria tudo por uma vida mais tranquila.

Não que essa correria não tenha certo charme, claro que tem. Mas sufoca mais do que fumaça, mais do que esse telefone que toca sem parar, mais do que esses emails na caixa de entrada e mais do que qualquer um possa imaginar.

Não consigo pensar em outra coisa a não ser a gente e um fim de tarde calmo, tomando chimarrão e jogando conversa fora. Aquele teu sorriso iluminando a vida, e o horário de verão nos permitindo curtir um pouco mais da energia do Sol. Isso não há dinheiro no mundo que pague, não há nada que compense. Eu só queria sentir isso, só queria que acontecesse.


Enquanto a vida não nos permite mais calmaria, tento pensar que a sexta feira já vai chegar talvez assim a vida se renove e o pensamento seja positivo. A cada passo que dou só sei pensar na gente, e no teu puro sorriso. 

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Leve tudo. Vá embora.

Essa noite no meio da madrugada eu acordei. Fui até a cozinha, busquei um copo d’água e fiquei pensando em tudo que aconteceu. Em como o mundo girou, em como a gente se desencontrou, por onde eu andei e como sofri. Só eu sei disso. Só eu trago isso no meu coração. Foi desgastante demais e me levou a loucura.

Amei por dois. Sofri por dois. Pirei por dois. Vou te falar que achei que eu nunca fosse me recuperar de você, aquela ferida tinha seu nome e a cada vez que doía eu só repetia o quanto eu devia e precisava te esquecer. Mas no fundo eu não queria. No fundo eu tinha esperanças que você voltaria e me diria tudo que eu sempre quis ouvir, que todo aquele sofrimento seria recompensado e fim. Felizes pra sempre.

Acho que foi o maior dos meus devaneios. Quis tanto que isso acontecesse que ensaiei mil frases de efeito, mil lições de moral, ensaiei até eu me fazendo de difícil e depois vendo você abrir aquele sorrisão que eu tanto amava quando eu dissesse que sim.

Você bagunçou a minha vida e foi embora. E quando eu comecei a colocar tudo no lugar, quem surge outra vez? Pimba! Com uns anos a mais e a voz mais grossa. Posso confessar? Apostei na loteria que você voltaria. Inclusive avisei isso pra você. E vou te contar outro segredo: já tive vontade de voltar, mas lembrei que fez mais mal do que bem e foi como se meu coração estivesse sendo quebrado de novo. Lembrar de tudo aperta o peito e sufoca a garganta.


O futuro é indescritivelmente maluco. Não podemos prever. Mas quando você foi embora jurei pra mim mesma que eu não ia ter nenhuma recaída outra vez. Hoje sou outra, cresci tanto que nem sei mensurar, e não costumo quebrar minhas promessas. 

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

O silêncio que grita.

Inúmeros emails na caixa de entrada, telefone que não para de tocar, grupos de whatsapp que não tenho tempo – nem ânimo – para acompanhar. Com eles faço a mesma coisa que faço com a minha vida: silenciar.

Silenciar minhas vontades, minhas ideias, meus sonhos, meu descanso, minha paz, minha alma. Em meio a esses dias, sinto como supostamente eu estivesse sendo sufocada e por dois segundos fecho meus olhos e imagino todos os meus sonhos sendo realizados, os momentos bons que compartilhei com pessoas maravilhosas, e isso ameniza um pouco a angustia que vem sendo minha companheira nos últimos dias.

Tentar manter o foco e me manter de pé são um exercício diário e por várias vezes muito complicado e que confesso às vezes tenho preguiça de exercer. Mas ainda vivo pelo dia em que acordarei disposta e pronta pra guerra.

Enquanto isso não acontece, continuo por aqui seguindo a vida que “eu escolhi”. E sobrevivendo a cada dia, riscando as datas do calendário, imaginando quando e como tudo começará a dar certo. Cabelo arrumado, um bom rímel nos cílios e um fone de ouvido. Tecnicamente estou pronta.


E é assim que vou vivendo, esperando pelo dia em que a minha vontade de ser feliz seja maior do que a vontade dos outros de decidirem a minha vida. 

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Tão triste. Tão eu.

Estou bem. Estou bem. Estou bem.

Repito isso incansavelmente tantas vezes que até acredito por alguns instantes que é verdade, mas quando a realidade se faz presente eu percebo que sou extremante frágil, como uma brisa passageira e que todos esses temporais que têm caído sobre mim me afetam da maneira mais profunda do que os olhos podem ver.

Às vezes me pergunto: “Por que tudo isso?” – obviamente nunca tenho uma resposta plausível e que me convença de que estou no caminho certo, e que obviamente todas as fases são testes que por algum motivo maior – e que eu desconheço – me farão ser forte e merecedora de todas as coisas boas do futuro.

Futuro. Vivo tanto pensando nele, me questionando como serão as coisas daqui cinco, dez anos, fazendo todos os esforços possíveis – e impossíveis -, ultrapassando todos os limites de uma mente sã, para que lá na frente tudo tenha valido a pena. O problema é que não sei como serei daqui um tempo. Nem tenho me reconhecido mais nos últimos meses. Arrisco a dizer que não sou aquela quem eu queria ser. E que talvez nunca mais seja.

Vejo rostos a todo instante, porém são poucos os que conseguem observar minha alma através dos meus olhos azuis e ver que por dentro estou em pedaços, ruínas e sempre que tento me reconstruir vem uma ventania e leva tudo embora.

Entre goles de água e café, tento me manter de pé e sorrir brevemente a cada vez em que me perguntam por qual motivo eu não mudo o rumo da minha vida se não estou feliz. Nunca responderei. Essa resposta juntamente com a minha realidade eu não desejo nem para o meu pior inimigo.



Vou tentar mudar a frase. Talvez “ficar bem” seja mais sincera e me traga um pouco mais alento, de fé, de vida. 

terça-feira, 17 de novembro de 2015

O mundo está doente. E eu também.

Só por hoje eu queria poder apertar o pause. Relaxar, acordar sem me preocupar em fingir que tudo está sempre bem e que quase nada me afeta. Sair por aí sem regras e sem medo de colocar um short ou um vestido. Sorrir e deixar o dia me guiar. Ter algum lugar pra voltar e não pensar em mais nada a não ser em ser feliz da melhor forma que der.

A verdade é que o cansaço pode ser nosso maior inimigo quando atinge nossa mente, nossa alma. Cansaço físico é ruim, mas quando ele afeta lugares novos, isso se torna nosso caos interior. É difícil ter que sempre fingir e demonstrar um ânimo que eu não tenho. Busco a cada dia ser um pouco melhor, mas até disso estou cansada. Me cobro demais e isso acaba me sugando muitas energias.

Só por hoje eu queria fazer o que eu quisesse. Sem cobranças, sem ninguém pra me julgar ou atrapalhar. Respirar, tomar um banho gelado e sentir na pele as coisas boas da vida. Aproveitar mesmo que fosse para não fazer nada. Agenda cheia às vezes nos sufoca, falta tempo pras pessoas que amamos, falta tempo pra nós mesmos.

É como se meu coração estivesse ao avesso e minha alma esvaindo de pouquinho em pouquinho. Sou aquela pessoa que afasta todos ao redor, mas que na verdade só queria um pouquinho mais de tempo, de paz, de calmaria. Sempre fui tempestade, mas ela está me trazendo rugas precoces. Só queria viver.

Só por hoje queria poder ser eu. E não ter que decidir nada. Saborear cada segundinho e perceber que a vida pode ser um pouco mais tranquila e que enquanto estamos nessa correria que atormenta, perdemos momentos que talvez não aconteçam nunca mais. A busca por uma vida melhor, por sucesso profissional e retorno financeiro cegou muita gente, mas ainda fico contente em saber que não fui afetada. Mesmo que eu esteja dentro dessas milhões de pessoas que saem cedo e voltam tarde, abriria mão de tudo isso por um verão tranquilo.


Minha alma e minha mente precisam de férias. 

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Para o meu eu do futuro.

Bom, se você está lendo essa carta é porque algo grave aconteceu e você veio revirar essa caixinha velha cheia de recordações, fotos e poeira. Você sempre encontrou consolo e paz nessas suas coisas velhas né? Confesso que nunca entendi muito bem como alguém consegue - nem que seja um pouquinho – ser feliz revivendo todo o passado em alguns instantes, mas não é sobre disso que quero falar.

Quero falar sobre a gente. Enquanto escrevia essa carta, prometi para mim mesma que só te daria bons conselhos que venham do coração, da alma, porque de pensar demais a gente já está cheia né? Espero sinceramente que suas crises de insônia tenham acabado. Que você consiga se desligar do mundo e dos seus pensamentos inconstantes e consiga ter uma boa noite de sono, caso contrário ao final desta carta, vá dormir, um dia você verá que esse sono desperdiçado fará falta.

Você está feliz? Finalmente colocou aqueles planos em prática e parou de se cobrar tanto? Espero sinceramente que sim, se não, significa que todo meu esforço não foi recompensado. Estou aqui trabalhando oito horas por dia, depois indo pro estágio e por final academia, aos sábados mais estágio e depois a aula fascinante de teatro. Me diga pelo amor de Deus que você não abandonou o teatro. E que também fez aqueles cursos alternativos que tanto queria. Por favor, me diga que você não se deixou levar pela rotina massacrante e virou apenas uma pessoa a mais no mundo.

Talvez, você se pergunte o motivo de estar escrevendo uma carta para você. Nunca fui muito boa em admitir certas coisas, mas agora, sinto que estou chegando no ponto mais alto no meu cansaço físico e mental, e da minha angustia em não poder seguir o meu coração em certos quesitos. Estou aqui, de certa forma me sacrificando para que você daqui uns anos, faça a escolha da sua alma. E que não se arrependa disso.


Então por favor, não desiste. Mesmo que tudo dê errado, lembra que eu dei muito duro pra você ser mais confiante e um pouco mais leve. Pensa em mim, lembra de todo carinho e de cada dorzinha que eu tive no corpo, de cada noite que passei sem dormir direito e faz valer a pena tudo isso. Não se deixa levar. A vida vai colocar pedras no seu caminho, mas seja paciente e remova-as da sua caminhada. Não esquece de mim. Olhe em volta e seja grata. 

Só não esquece de mim. 

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Quem sabe um dia...

Um dia a gente ainda vai entender porque toda essa complicação. Sempre tive plena convicção de que nada é por acaso na vida, porém ainda existem vezes em que eu duvido um pouco da lei do retorno, e me sinto meio perdida em meio ao caos que minha vida se tornou. Morro de pouquinho em pouquinho quando vejo que me transformei em alguém que jurei que nunca seria. Séria demais, pensante demais, chata demais.

Muitas vezes, não estamos de fato totalmente prontos para encarar nossa missão de vida. Arrisco a dizer até que às vezes não queremos enxergar qual a nossa verdadeira missão, o motivo pelo qual nos foi dado a dádiva que é existir, viver.

Expectativas também são uma grande aliada no motivo das nossas decepções. Querer tanto algo, nos faz de certa forma ficar cego perante a vida e todos que nos rodeiam, e quando por acaso essa expectativa não vira realidade, o abismo que fica na alma é incalculável.


Segundas feiras também são um grande peso a se colocar na balança. É nela em que refletimos quase toda nossa vida, pensamos, fazemos planos e imploramos por mais cinco minutinhos. Engraçado pra mim hoje em dia, é ver que eu que sempre adorei segunda feira, me sinto meio perdida hoje em dia quando a semana começa. E ainda ouvi dizer que isso já pode ser a crise dos vinte e poucos anos, mas sinto em dizer que se for realmente isso, sou sobrevivente de uma geração que sofre também da crise dos dezessete, dezoito, dezenove...

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Estar firme.

Sabe aquele dia de Sol que veio depois de dias de chuva sem fim? Aquele dia aconchegante que não é nem frio demais nem calor demais, apenas um dia bonito, em que a gente agradece por estar vivo e se arrepende de todas as vezes que fez drama demais, birra demais, choro demais.

Esse dia tinha tudo – mas, absolutamente tudo pra ser hoje -, mas infelizmente eu cantei vitória cedo demais, e nos quarenta e cinco do segundo tempo, veio um turbilhão de coisas ruins e levou meu dia de Sol pra longe. Quer dizer, pela janela ainda faz um puta Sol e só queria poder ficar ali, recebendo as energias do nosso astro maior, porém estou aqui. Escrevendo enquanto tento manter a cabeça no lugar.

Por que eu? Por que comigo? O que eu fiz pra merecer? Confesso, que nunca encontrei resposta para essas infinitas perguntas. E sempre têm alguém que vem com aquela frase peculiar: “Ah, poderia ser pior. Poderia ser doença...” – nessa hora eu me seguro para não explodir e jogar absolutamente tudo no ventilador. É melhor escrever, me alivia sem deixar feridos.


Não sei como terminar esse texto, mas não me culpo por isso, afinal eu nem sei o que fazer da minha vida, dos meus dias. Só espero que no próximo texto, os dias de Sol sejam predominantes e duradouros. 

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Sentimento bom que mudou a direção.

Nós somos aquele amor de verão que enfrentou altos e baixos e permaneceu pelo resto dos meses. Nós somos aquela coisa de pele, de sintonia, de falar com o olhar e gargalhar por besteira. Nós somos aquele casal que briga, mas que todos ao redor desejam ser um dia. Nós somos o que nunca imaginaríamos que poderíamos nos tornar. Nós somos amor, paixão e nossos alicerces são confiança e parceria.

Nós somos aquelas crianças que vivem implicando um com o outro. Nós somos o típico termo de que “os opostos se atraem”. Nós somos aquela magia de início de festa e a preguiça de domingos de manhã. Nós somos beijo, abraço, beliscão, mordida, cafuné, pele gelada com pele quente – no caso eu e você.

Te confesso que entre todas as coisas que amo na gente, é a forma como vemos nosso relacionamento. E se eu pudesse, daria esse conselho a todos os casais do mundo: namoro não é, nem nunca será sinônimo de prisão. E graças à Deus somos livres. De cobranças e desconfianças. E há quem diga que não somos normais. Se controlar os passos de alguém é ser normal, eu prefiro ser eternamente louca! Algo que vira nó nunca mais volta a ser laço. Deus me livre.

Pode ser até meio piegas esse lance de imaginar casamento e futuro com alguém, mas com você não tenho medo de errar. Não tenho medo de ser quem sou. Amo acordar sem maquiagem e você abrir esses olhos castanhos e sorrir. Amo que nossa loucura seja parecida, e amo mais ainda saber que é você. Que passará os próximos cinquenta anos ao meu lado, suportando minhas crises existenciais e colocando meia no meu pé quando estiver muito frio. Que chegará em casa e nossos filhos correrão pra abraçar e pedir colo. Que viajará o mundo comigo e continuará sendo meu melhor amigo.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Quatro.

Contagem regressiva. Quatro dias para meu aniversário. Confesso que estive em crise no inicio desse mês e por impulso – e por problemas – cancelei a comemoração que eu faria. Depois que o caos passa sempre vem o dia de Sol, e eu obviamente me arrependi. Porém a vida faz coisas que nem sempre entendemos, mas aceitar é o primeiro e mais importante passo.

Fiz uma micro retrospectiva – pois se eu fizesse algo mais completo, duraria uns dez textos –, relembrei tantas coisas, e senti um certo alivio. Afinal, todo mundo tem altos e baixos, situações mais criticas ou mais simples, e parando pra pensar, já passei por tantas coisas que até Deus duvida.

Mas talvez a principal lição que eu tirei de tudo isso é que mesmo quando tudo parece perdido, há chances de mudar o jogo. Mesmo que seja difícil, somente a morte é irreversível. Mesmo que às vezes eu caia e queira ficar no chão, preciso me erguer e continuar, afinal coisas boas vem pra quem nunca desiste né? Espero que sim.

Sempre amei a data do meu aniversário. Desde pequena amo o número 4, e quando faltam alguns dias pra ele chegar – tipo agora – eu fico muito pensativa sobre tudo, tento encerrar meus ciclos e começar outros. Tento esvaziar a bagagem de coisas ruins para entrar na nova idade um pouco mais leve. E peço sempre sabedoria. O que tiver que ser, será.


Já sinto saudades dos dezenove. Mas, a maior lição que aprendi nesse tempo de vida é que tudo acaba. Tudo se renova. E vou tentar ser o mais feliz possível nesses últimos dias, e manter a cabeça firme, pensando positivo e buscando o equilibro. Pois no final das contas não há presente maior que a nossa própria história.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Talvez seja um pedido.

Talvez a pior parte de crescer é ver que você não acredita mais tanto nas coisas. Nem em contos de fadas, nem em papai Noel e arrisco a dizer que deixa até de acreditar um pouquinho na vida. A vida vai ficando mais corrida, os amigos vão ficando mais escassos, e finais de semana não são mais sinônimos de descanso. Quando eu tinha uns quatorze anos o que eu mais queria era completar os dezoito. Cê sabe, aquela típica ingenuidade que acha que tudo viram flores quando você vira adulto. Mas agora, eu queria poder parar no tempo. Pular a parte em que faço aniversário e continuar nos dezenove, pelo menos por mais uns dias, até eu me reestruturar, até eu voltar a ser quem eu era tempos atrás.

Mas o que a vida mais sabe fazer é voar. Então daqui a pouco piscarei os olhos e já terão passado onze dias. E eu estarei completando vinte anos. Não tem como mudar né? Só posso fazer um único pedido: que essa nova idade me traga mais leveza, equilíbrio e que eu encontre em algum lugar a minha partezinha boa que perdi. Que eu volte a ver mais graça nas coisas, que eu tenha um pouquinho mais de tempo para não fazer absolutamente nada, que eu saiba tomar minhas decisões sem olhar para trás.

E que no próximo ano, nada me abale. E que eu esteja mais feliz em completar mais uma primavera e quem sabe até eu comemore isso. Sem brigas. Sem cobranças. Sem julgamentos. Sem palpites. Sem negatividade. Sem tudo dando errado. Sem cansaço. Que seja mais leve. Que me faça mais leve.


Que eu seja mais livre. 

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Algo que não sou.

A gente acha que nada pode piorar. Mas sempre pode. Sempre piora. Finais de semana tão bons e segundas feiras infernais. Bebo veneno todos os dias e na sexta feira peço pra Deus me ressuscitar. Ando por aí sem noção alguma de tempo, me perdi em alguns quarteirões e não consigo achar a saída. Ouço milhões de vozes me chamando. Uma pra cada rua diferente e fico tonta. Congelo e não saio do lugar.

Leio textos que parece que foram feitos pra mim. Me encho de coragem e boas sensações. Dois segundos depois estou eu aqui em pedaços. Afinal ninguém de fora sabe o que realmente se passa aqui dentro. Quando parece que encontrei a luz no fim do túnel, vem alguém e simplesmente apaga.

Angustia me define muito bem. Tento manter o foco e esperança na vida e nas pessoas, mas é extremamente desgastante nadar contra a correnteza. Queria ser mais forte. Queria ser mais confiante. Quase nos vinte, com a alma frágil de uma criança de cinco anos e a mentalidade de alguém que envelheceu uns dez anos nos últimos dois. Perdida em meio ao caos, sorrindo sempre e repetindo a mesma frase automática “estou bem”.

Suplicando para que alguém perceba minhas mensagens subliminares, meus pedidos de socorro e me salve de alguma forma. As forças se esgotaram. A mente cansou. O corpo se rendeu a exaustão. E essas marcas de expressão revelam exatamente quem tenho sido nos últimos tempos: alguém sem vida, sem cor, sem ânimo. Olho pro espelho e vejo alguém totalmente diferente, não me reconheço não me encontro.


Vou seguindo por essas ruas estranhas e frias, apenas andando, apenas seguindo. Sorrindo. Falando. Estudando. Trabalhando. Escrevendo. Cantando. Pensando. Respirando. Querendo. Imaginando. Conversando. Ouvindo. E principalmente fingindo. 

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Quero ter esperança.

Olhe em volta. Quantas pessoas você enxerga sorrindo? Quantas não estão no celular? Quantas observam a vida lentamente? Creio que nenhuma. Olho ao meu redor e só vejo gente apressada, preocupada e estressada. Vivendo no modo automático. Aturando dias infernais, engolindo milhões de sapos e cada vez mais individualistas.

Crianças se tornam adolescentes alienados pelas redes sociais, os adolescentes se tornam adultos inseguros e criam mais responsabilidades do que podem carregar, os adultos se tornam idosos doentes e mal humorados. Por dois segundos me pergunto: por que tudo isso? A resposta é mais rápida que um piscar de olhos: desperdício. De tempo, de energia, de criatividade, de vida.

Nossa geração está acostumada a ser péssima naquilo que nos obrigam a ser bons. Constantes frustrações e cobranças nos fazem duvidar do futuro e apenas sobreviver. Liberdade é apenas mais uma palavra bonita que vejo tatuada em pessoas que ao menos sabem o que realmente significam. O egoísmo e a avareza têm dominado a maioria das pessoas que conheço, e rezo para que seja realmente apenas mais uma fase que todo mundo passa.

Geração y, ou geração coca cola foi substituída pela geração idiota. Dinheiro e futilidades têm mais importância do que uma boa companhia. Vejo gente mentindo e vendendo-se por tão pouco, quase nem consigo acreditar. Nos acomodamos a pensar que nada mudará e que para nos encaixarmos na sociedade hipócrita de hoje em dia, temos que ser iguais.


Todas as noites peço baixinho para que eu não me perca nesse mundo louco onde a inveja é a protagonista, e que eu e meus sonhos não sejamos infectados por essa falta de amor e de esperança na vida. Quando eu crescer só quero ser feliz.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Viver tudo que há.

Nunca entendi muito bem qual o sentido da vida, mas uma coisa é certa: não existe felicidade plena e infinita. Vejo pessoas a todo instante buscando algo abstrato que eu nunca vi, mas tenho certeza de que não existe.

Parece que hoje em dia é pecado ser triste. Chorar é crime e cair é vergonhoso. Lembro que quando eu era criança meu pai dizia pra eu engolir o choro, e isso só me fazia chorar mais. Não estou dizendo que sou a favor a depressão, suicídios e afins. Porém é normal ter dias ruins, chorar, afundar e dar tempo ao tempo para levantar.

Vivemos em um mundo tão egoísta que fazem até competições pra ver quem é feliz por mais tempo, quem é mais forte, e quem se reergue mais rápido. Desculpe, porém pra mim chorar não é sinônimo de fraqueza. Nunca será.

É algo bem mais forte e vai muito além da tristeza ou raiva. É sentimento, emoção que vem da alma, e afirmo com toda a certeza de quem não tem certeza de nada vida: eu nunca vou engolir um choro, muito menos fingir estar bem quando na verdade estou em pedaços. Prefiro ser sincera comigo e com as minhas dores. Esconder é só adiar a bomba que irá explodir.

Pra sermos mais fortes e felizes, temos que passar por momentos difíceis. É regra da vida. Não adianta tentarmos blindar a tristeza com um sorriso amarelo no rosto, isso só machuca mais o coração.


Quando vejo as pessoas dizerem “vamos nos permitir” concordo plenamente e afirmo com todas as letras: permitir-se é viver, aproveitar, experimentar, errar, aprender, sorrir e principalmente chorar. 

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Escolha a estrada.

Chegando aos vinte anos, bate aquele frio na barriga. Até então, eu não estava preocupada em envelhecer, ou completar mais uma primavera, porém esse ano tudo mudou, e parece que já sinto o peso dos anos nas minhas costas.

O que eu fiz nesses vinte anos? Fui realmente quem eu queria ser? Fiz as pessoas ao meu redor felizes? Conquistei coisas que eu almejava? Estou aonde eu queria estar? E agora, o que vem daqui pra frente?

Sinceramente, não sei responder nenhuma dessas perguntas. Nunca tive convicção de absolutamente nada na vida, e hoje só sei que ninguém me avisou que passaria tão rápido. Quer dizer, muita gente me avisou. Só que eu não quis ouvir, afinal por que você vai se preocupar com o tempo quando se tem dezesseis anos? Puff, eu queria mais era ser livre, e achava que aos dezoito tudo mudaria... Doce ilusão. Parece que fiquei mais presa depois que atingi a idade que tecnicamente me libertaria.

Presa as responsabilidades, presa aos estudos (que ficam mil vezes pior que coisinhas de ensino médio), presa as mesmas cobranças ridículas, presa aos fracassos e chances desperdiçadas, presa aos meus traumas de infância, presa aos filmes que passam na minha cabeça quando me lembro de todas as coisas que perdi, que não vivi e que agora a realidade bate a minha porta, mostrando que não há mais tempo para nada disso.
Meio depressivo. Eu sei. E até peço desculpa aos leitores que ainda dedicam seu tempo em ler meus textos. Eu sinceramente queria ser mais abreviada, mais constante e mais equilibrada, porém ainda não cheguei oficialmente aos vinte. 

Então me permito enlouquecer agora, para daqui uns dias tentar dar o rumo certo para minha vida. 

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Renovar.

Quando acho que já estou totalmente esgotada, o cansaço vem e atinge um lugarzinho novo. Ele já havia dominado meu corpo, hoje em dia domina meus pensamentos e tem dias que parece que vou explodir, ruir, desabar. Sou madura o suficiente para entender que na vida nem tudo é fácil, porém ainda não consigo administrar tantas coisas dando errado sempre.

Preciso de um tempo. Pra mim. Pra pensar, colocar as ideias no lugar. Me encontrar. Renovar minha alma e minhas vontades. Eliminar uma bagagem que só me atrasa, e viver novas histórias pra contar. Adquirir mais experiência, me blindar para voltar mais forte. Desaprender pra voltar a ser como antes - literalmente. 

Já havia algum tempo que queria colocar em prática um novo projeto. Algo mais interativo, lincado com redes sociais, textos, fotos, e uma porção de coisas interessantes. E finalmente ele está sendo colocado em prática: logo teremos um site realmente bom. Algo para mudar tanto a minha vida (e rotina) quanto a de quem lê e se identifica.
Estou ansiosa. Não há uma data certa para ele ficar pronto. Mas acho que até final de setembro teremos boas novidades por aí. Continuarei nas redes sociais – quando eu tiver um tempo né – e irei avisando. Me desejem sorte.


Vem coisa boa por aí. 

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Ficar bem.

Cansada.

De repetir sempre as mesmas palavras. De expor os mesmos e sempre novos motivos. De todos os dias dar murros em ponta de faca. De todo esse desamor e desse infinito desgaste que me corrói todos os dias.

Saio por aí, trabalho, estudo, me divirto, e escrevo. Mas meus pensamentos sempre voltam para o mesmo lugar. Para a mesma pessoa. Não sei até que ponto alguém consegue aguentar tantas brigas, tantas palavras ditas em tom irônico que fere mais do que bala de calibre 38.

Mais uma vez estou aqui de novo. Com a cara inchada. Pelo mesmo motivo. Com aquele cansaço mental. Pelo mesmo motivo. A beira de um colapso emocional. Adivinhem. Pelo mesmo motivo. Escrevendo. Afinal depois de esgotar todo meu estoque de palavras e gritos que ainda ecoam na minha cabeça, só me resta escrever.

Não sei quanto disso é culpa minha. Eu só nasci. E há gente que diz que eu era muito esperada. Muito amada. Que seria uma princesa de tanto amor e proteção. Confesso que de certa forma foi assim. Porém não é fácil para uma mãe ser pai também. Proteger. Jogar bola. Levar pra festas. Ensinar. Abraçar. E estar sempre sozinha nas minhas formaturas, apresentações e festinhas comemorativas.

Nunca me perguntaram o que achava e acho disso tudo. Vamos viver assim, e está tudo bem, isso é perfeitamente normal. Mas pra falar a verdade, eu não acho isso normal, e tem vezes que me corrói por dentro. Conviver com um estranho que eu ironicamente tenho o mesmo sangue, mas que nunca – e repito, nunca – fez o seu papel biológico é um pouco atordoante.


Mas com quase vinte anos, já aprendi que dia dos pais também pode ser o dia da minha mãe.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Pacifica. Passa e fica.

Se eu começar esse texto com a frase clichê que o tempo cura tudo, e o mundo dá voltas, vocês me perdoam? É porque nada se encaixa melhor do que isso.

Quem diria que você se arrependeria... Na verdade, eu diria. Afinal eu disse tanto, te avisei inúmeras vezes, quase me arrastei aos teus pés. Fui ao fundo do poço, me senti a mais idiota da face da terra, e você sabia que me tinha nas mãos. Era só você ligar, ou me mandar uma mensagem a hora que fosse, que eu mudava todos os meus planos, me fazia de durona para minhas amigas, mas você me derretia em segundos.

Comprei brigas por você, joguei minha sanidade fora, tinha dezessete anos, mas quem me visse diria que tínhamos a mesma idade. Você me fez sentir algo extremamente novo, encantamento define. Porém na primeira oportunidade jogou tudo fora, me fez ir do céu ao inferno em um dia. E aquela coisa boa que tínhamos nunca mais foi vista. Até tentei, juro, por muito tempo, esquecer, relevar, perdoar e recomeçar. Mas você continuava querendo todas as outras. E demorou um bom tempo pra eu cair na real.

Você não era o certo pra mim. Não me fazia bem, e nunca conseguiria sentir a mesma coisa que eu. Em um final de ano, juntei meus caquinhos e fui viver com aquela cicatriz doendo todos os dias e a cada vez que esbarrava com você. Aos poucos e lentamente tudo aquilo foi sumindo, aquela dor foi acalmando, e eu me tornei alguém meio sem graça, sem vida.

Até que em um verão inesperado, o destino me trouxe uma surpresa. Alguém apareceu a me fez ter fé na vida, nas pessoas novamente. Me mostrou o amor verdadeiro e real. Na pele. Na boca. Nos abraços. E nos olhares mais sinceros. Hoje em dia sou alguém bem melhor, adulta, dona de mim e certa de que aprendi muito com cada tombo que você me fez cair. Fiquei esperta, e consigo ver além de aparências. E desejo do fundo da minha alma, que isso passe. Como passou por mim. Não guardo rancor algum de você, afinal tinha que acontecer, mas também tinha que acabar.


Estou certa de que você não lerá esse pequeno texto, porém sei que meu coração que vivia atordoado, hoje em dia só te deseja coisas boas. Passou, afinal tudo passa. E tudo que passa, de certa forma fica. 

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Sem saber onde foi que me perdi.

Vivo buscando o equilíbrio, mas isso não é novidade para quem acompanha meus textos. Porém de alguma forma, muitas coisas estão mudando, e não me vejo mais escrevendo bons textos – se é que algum dia eu já escrevi bons textos -, o que acontece é que mesmo quando eu não tinha motivo ou assunto legal para escrever, eu sentia e toda aquela mágica acontecia, e agora com essa correria e com meus dias sendo iguais, de certa forma não consigo estar presente de alma nas coisas que escrevo ultimamente.

Dizem que isso acontece com os cantores, com os maiores escritores de todo mundo, então porque não haveria de acontecer com uma menina inconstante que escreve em seu blog em meio a milhões de coisas boas na rede mundial de computadores. Não sei. Só sei que me sinto meio vazia por isso. Escrever sempre foi minha válvula de escape, minha libertação, meu hobby, e meu maior encanto depois das artes cênicas, tanto que pensei muito em cursar Letras, por tamanho amor a escrita.


Mas agora eu fico por aqui, tentando resgatar aquela coisa boa que eu tinha com as palavras. Tentando me encontrar e quem sabe por consequência conhecer algum novo jeito de sentir e escrever o que realmente toca meu coração e minha alma. Se eu sumir, já peço desculpas antecipadamente, mas desejo muito voltar. Me encontrar. Me renovar. Deixar a vida me levar.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Começo esse história afirmando com todas as letras que sou totalmente contra ao machismo. A palavra violência doméstica deveria ser extinta juntamente com esse ato maligno. Mas que também não generalizo. Sei que nem todos os homens são iguais, e que espero que os bons se tornem maioria um dia.

Não sei em quantas partes ela será dividida. Depende do quanto a minha memória vai ajudar, e quanto tempo e estruturas terei para escrever sobre esse assunto aqui. Antes que perguntem por qual motivo decidi falar sobre isso, já fazia um tempo que vinha pensando em escrever, queria achar uma forma menos chocante ou triste. Mas há vezes em que temos que relatar a história do jeito que ela é. Sem maquiagem.


“Desconheço a data e local em que Amália nasceu. Só sei que foi no interior do Rio Grande do Sul, creio que lá pelas bandas de Pelotas, onde faz um frio de arrepiar qualquer espinha. A vida era difícil naquela época. Se hoje em dia estamos em crise, imagina no tempo em que não havia nem eletricidade. Os pais davam duro para criar os filhos apesar de qualquer coisa. Amália tinha era de uma família relativamente grande. 
Quando criança ajudava em casa, cuidava dos primos, era uma menina com personalidade forte, e até mesmo um pouco teimosa. Os anos passaram, Amália cresceu e se apaixonou por Humberto – mas pode chamá-lo de Beto -. Não deu muito tempo depois e eles se casaram. Aos pouquinhos foram adquirindo pequenas coisinhas, de grão em grão arrumaram uma casinha pra morar. Até que o que já era esperado aconteceu: Amália engravidou. A felicidade tomou conta da família, uma nova geração estava a caminho. Nove meses depois nasceu Ana Cláudia. Pele clarinha, um verdadeiro anjinho que cabia em um braço. Virou o xodó da casa, e apesar das dificuldades os três conseguiam viver de maneira razoável. Até que Humberto começou com uns goles, e quando viu estava bebendo todos os dias. Amália tentava controlá-lo, mas havia vezes que ele ficava agressivo, então ela preferia cuidar da Ana Cláudia. Quando a pequeninha estava com dois anos, eis que veio uma surpresa: Amália engravidou novamente. Naquela época era normal as famílias terem vários filhos, então nove meses depois nasceu a Ana Carolina. Assim que nasceu todos diziam que era a cara do pai, Humberto. Foi uma alegria só. Porém Humberto ia ficando mais vulnerável a bebida. Às vezes gastava tudo que tinha no bar, voltava aos trancos pra casa, para o desespero de Amália que tinha duas crianças pequenas pra sustentar. Então eles resolveram mudar para Porto Alegre. A vida deveria ser melhor, e assim talvez Humberto esquecesse essa maldita bebida. Então ele começou trabalhar na rede ferroviária, enquanto Amália abriu uma lanchonete perto de casa. 
As meninas já haviam crescido um pouco e ela precisava trabalhar. Adorava comércio e cozinhar, então uniu o útil ao agradável. Ana Carolina estava com quase quatro anos quando soube que teria outra irmãzinha. Sim, mesmo com a vida difícil, a família aumentou. E Humberto apesar de todos os defeitos, nunca deixava faltar nada em casa. E nove meses depois veio a Dora. Era o xerox da sua irmã caçula e de seu pai. 
A vida seguiu e infelizmente Humberto não conseguia abandonar o maldito vício. Começou a fazer inúmeras dívidas, arrumou diversas brigas e quando retornava em casa, era um verdadeiro inferno para Amália e as meninas que ainda não entendiam direito aquelas brigas e gritos. 
Havia dias em que tudo era perfeito, Humberto ficava semanas sem colocar um gole de álcool na boca, e nesses dias Amália tinha esperanças que tudo melhoraria, mas era só ele ter uma recaída para tudo desabar outra vez, pois ele ficava cada dia mais agressivo e até ameaçava bater nela.”


CONTINUA



História baseada em fatos reais. Mas fica a meu critério mudar ou alterar alguns fatos. Nomes trocados. 

terça-feira, 14 de julho de 2015

O dia em que deixei de ser especial.

Não sei ao certo quando foi, nem quais os motivos, mas faz algum tempo que me perdi e deixei pelo caminho aquele brilho especial que me fazia ser querida por muitos e especial para aqueles que quero bem. De início achei que poderia ser uma fase, um momento de renovação, mas observando com mais calma, percebo que não sou mais a mesma.

Muitas pessoas passaram por mim, e talvez uma delas tenha levado consigo a melhor parte de mim, do meu ser e da minha alma. Se foi você, por favor me devolva. Estou precisando muito voltar a ser especial, me sentir importante e realmente querida. Não, não é carência, é apenas aquela vontade de ter de novo amigos verdadeiros.

Algumas pessoas comentam comigo, que antes eu escrevia um texto por dia, agora raramente posto um por semana. Também não gosto disso, mas até escrever ficou difícil. Parece que já escrevi sobre tudo e que as palavras são sempre as mesmas, e eu enjoo fácil das coisas. E por mais que pareça, isso não é um lamento. É apenas um pedido. Preciso daquele ânimo de volta, preciso recuperar meu senso de humor, minhas características mais marcantes, minhas manias, meus pensamentos mirabolantes.


Antes eu transbordava. Hoje em dia sou quase vazia. Ser oitenta não me fazia bem, mas ser oito vem me deixando neutra. Apagada. Quase invisível. Desaparecendo. Sumindo no mundo. Me tornando apenas mais uma em meio a multidão. 

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Inverno. Para alguns a melhor estação do ano. Para mim é o caos interno. Não que eu precise de alguma época do ano para ficar depressiva, mas convenhamos não há como ser feliz em dias frios e chuvosos. Juro que tento ver o melhor de cada dia, mas acordar cedo e sair com o dia escuro ainda, e voltar com a noite embalando meu sono é algo que ainda não consegui gostar. Tento manter a calma. Respiro e entre minhas faltas de tempo, tomo alguns chás. Dizem que acalma, e é menos viciante do que café. Mas não há nada que eu deseje mais do que os finais de semana. Apenas dois dias em que tento fazer tudo que quero – e que não posso fazer nos dias da semana- mas acabo passando mais tempo dormindo ou com preguiça do que fazendo coisas realmente úteis.

Nunca fui obcecada por dinheiro. Sempre achei que não poderíamos deixar de viver por isso. Mas infelizmente conheço pessoas que dão o sangue por mais e mais dinheiro, abdicam de suas vontades, brigam e magoam pessoas simplesmente por essa avareza e esquecem que a vida é muito mais importante do que isso.

Dizem que eu sumi. Porque eu sumi mesmo. Passo meus dias dormindo em pé, com um mau humor extremo e indo de um dia bom à péssimo em questão de segundos. Dizem que eu sumi. Das festas. Das saídas. Das idas atrás dos ídolos. Das fotos com a galera. Das indiadas com os amigos. Porque eu sumi mesmo.  A preguiça cada vez mais toma conta do meu ser, me tornei uma pessoa de quase vinte anos com ânimo e coluna de alguém que já passou os oitenta. Dizem que eu sumi. E que essa que está aqui não sou mais eu, que ria por nada, que aproveitava os dias, que estava sempre disposta e contente sem ter uma razão concreta. Porque eu sumi. Cansei um pouco de correr atrás de quem só se afastava, e hoje em dia evito mostrar os dentes para quem eu não conheço.


Da mesma forma que escuto que essa é somente mais uma fase, e que vai passar como as outras passaram, desejo com toda minha alma que um dia eu volte. Pra vida. Pro mundo. Pro tempo. Pras pessoas que me querem bem. E que eu volte pra ficar. Sem mágoas ou cansaço, sem mau humor ou brigas, sem cobranças excessivas e sem medo de seguir o meu caminho. 

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Crazy.

Essa semana têm tudo para ser a mais insana, corrida e que pode me deixar louca a qualquer momento, do ano.
Acordo na velocidade de uma tartaruga quando está com preguiça e confesso que somente depois do almoço que realmente meu cérebro começa a processar as coisas ao meu redor.

Ingressos. Horário. Chá de maracujá. Respira. Não pensa na peça. Tenho que decorar minhas marcações. Tenho que pensar no cabelo e maquiagem. A Pri usa salto só pra me ferrar. Mais um chá de maracujá. Finalizar o tcc. Provas. Saídas de campo. Trabalhos. Telefone tocando. Já vou mãe. Respira. Toma um copo d’água. Alonga esses músculos contraídos. Ingressos. Reservas. Desistências. Vontade de sair correndo. 135 mensagens no whatsapp. Calma. Tenta dormir. Respira. Não pensa em nada. Depois te ligo mãe. Namorado meio de lado. Culpa. Correria. Mau humor. Nervosismo elevado a 1000. Respira. Ouve uma música. Ingressos. Amiga do RJ vindo pra POA. Vou me atrasar. Não tem trocado? Vou ter que sacar no banco. Telefone quase explodindo de tanto vibrar. Chá de camomila, mas não era maracujá? Era. Acabou. Tatuagens. Sábado. Tenta dormir. Descansa. Não fica nervosa. Vai dar tudo certo. Tem desconto pra estudante? Não sei se vou. Não sei se vai sobrar ingresso pra ti ir. Não pensa na peça. Ouvi dizer que vai chover sexta. Dores por todo lado. Joelho roxo. Duas frases. Se chover não vou conseguir fazer cachos. Não vou conseguir chegar na hora marcada. Não consigo dormir. Me liga. Não some. Falta tempo. Mais um dia. Cansaço. Eu sendo um ogro mais do que o normal. 208 mensagens no whatsapp. Respira. Ficou sabendo? Cálculos. Planilhas. Abraçar muito e não soltar mais. Reescrever a história, transformar dor em glória. Cidade Baixa. Eu quero um ingresso. Não fiquei sabendo. Grampeadores que não funcionam. Nossa, que desatualizada. Não tenho mais ingresso. Mãe faz uma sopa. Não tenho tempo de me atualizar, sorry. Telefone. Dreams never die. Descansar. Tentar dormir. Domingo tem mais. Não vai dar tempo. Nada vai dar certo.

Esse final de semana tem de tudo pra ser um dos melhores da minha vida.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Sentir algo novo.

Quem dera por um milagre tudo se resolvesse assim, fácil. Sem mais delongas, sem jogar a pesada poeira pra debaixo do tapete, sem resquícios de mágoas, sem preocupações e sem desculpas. Abandonar as amarras que só servem para travar a vida e os sorrisos sinceros. Que não houvesse mais dores, cansaço, doenças, tristeza e falta de tempo. Faltam menos de quatro meses para eu completar minha vigésima primavera, e se eu pudesse pedir algo que fosse realmente se realizar pediria o encantamento. Aquela magia na vida que existia quando eu tinha uns onze anos e achava que tudo eram mil maravilhas.

Há dias em que sinto vontade de fazer a mala somente com o essencial, e sair por aí. Aproveitar o Sol, tomar um banho de chuva, sentir a calmaria do vento bagunçando meus cabelos. Viver. Respirar fundo e perceber o quão a vida pode ser realmente boa. Jogar o relógio fora. Aproveitar e jogar o celular e todas essas crises de ego, falta de ânimo e mensagens visualizadas sem resposta. Porque não conheço algo mais vazio e silencioso do que o celular. Deveria servir para nos trazer conhecimento e lazer, mas tornou-se um vício onde a graça parece ser visualizar e manter-se calado. E assim vai. Criando uma montanha de afastamentos. O que deveria aproximar na verdade cria abismos entre as pessoas.

Cada dia serve para eu conseguir pensar mais, rever conceitos e me transformar. Já não faz tanto sentido ter milhões de pessoas ao meu redor, nem passar a tarde no shopping matando tempo, nem também sentir saudade de quem não esta nem aí pra nada. Mas, ao mesmo tempo me sinto frágil o suficiente para ser derrubada com um sopro, meu emocional têm sido meu pior inimigo nos últimos tempos, e me manter firme é exercício diário que nem sempre consigo exercer.


Ano passado, antes do meu aniversário vivi o inferno astral literalmente. Mas, esse ano vou tentar não pensar muito em nada. Sem planos, sem neuras, sem desejos malucos. Aproveitar enquanto ainda não entrei para a casa dos vinte, e me permitir ser quem eu quiser. Somente carregar comigo pessoas boas, sentimentos evoluídos e respirar muito quando pensar em cair, me desligar um pouco, apertar o pause...  

segunda-feira, 22 de junho de 2015

O amor é a cura.

Se eu pudesse voltar no tempo, gravaria a parte em que eu te disse que você ia se arrepender. Que ia sentir minha falta e ia querer desfazer todas as burradas que me magoaram. Eu quase te supliquei para que acordasse e percebesse o quanto você estava me ferindo, porém infelizmente você só se deu conta disso agora. A vida dá muitas voltas mesmo, o destino se encarrega de colocar tudo em seu lugar, e no seu caso, seu lugar é bem longe de mim.

Confesso que doeu ter que relembrar tudo aquilo, todas as brigas, todas noites chorando, todas as vezes em que te vi e meu coração doía quietinho. Ainda bem que crescemos com as dores, com os danos. Eu era tão idiota, mas ainda bem que hoje falo sobre tudo isso naturalmente, sem mágoa ou saudade.

A minha dor foi dilacerante, por muito tempo me fez desacreditar na vida, nas pessoas e em sentimentos verdadeiros. Me culpava, te culpava, mas nunca deixava de escrever sobre você, sobre o que eu sentia perante tudo aquilo. E você? Nem aí. Nem rastro. Nem cheiro. Me vi completamente entregue aquele sentimento ridículo, que me fazia ser alguém dependente de algo que não existia. Eu gostava por dois, me dedicava por dois, sofria por dois.


Mas essa história teve final feliz, ao menos pra mim. Depois de muito tempo em reabilitação me libertei. Me senti leve e pronta para viver como antes. Foi aí que a vida me presenteou com o amor mais puro que já vi na vida. Algo leve, livre e sem ninguém ao nosso meio. Dei um passo de cada vez e hoje sou grata por tudo que aconteceu. Hoje sei que tudo que passei valeu à pena, apenas por conseguir distinguir o real da fantasia. Aquela dor e raiva que sentia se transformou em amor e confiança. Me tornei alguém melhor, e tudo isso graças aos tombos que você me fez cair. Hoje em dia reconheço que tudo valeu como aprendizado, e me fez dar valor ao que realmente merece meu amor. 

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Um pouco mais de.

Com o passar dos dias vejo algumas coisas bem pequenas se modificando, e há dias em que me sinto forte o suficiente para viver a minha vida do jeito que eu preferir. É meio complicado pros que me vêem de fora, mas os íntimos – e eu mesma – sabemos o quão difícil tem sido ser eu nos últimos tempos.

Estou aprendendo a lidar com a vida. E automaticamente conseguindo controlar minhas emoções, coisa que sempre foi extremamente difícil. Obviamente, estou em uma caminhada para o equilíbrio. Não me proíbo cair, mas me permito ficar alguns dias na zona neutra. Sem pensar em nada. Sem querer nada. Sem me preocupar com nada.

Há dias em que quero explodir, e colocar para fora toda minha raiva, cansaço e estresse que ficam acumulados ao decorrer da semana, mas tento sempre de alguma maneira encontrar outra forma de esvaziar minha alma, e assim vou seguindo. Fechando os olhos e respirando bem fundo, imaginando aquela calmaria do mar, e querendo um dia ter essa vida calma e repleta de energias boas.

Por alguns segundos não ouço barulhos. Nem o telefone tocar, nem a porta bater, nem alguém me chamar. Nada. Somente eu e essa vontade absurda de deixar os dias me levarem aonde eu tiver de ir, sem pressa, sem cobrança, sem responsabilidade. Talvez baste eu deixar de levar tudo tão a sério demais, e simplesmente viver...

quinta-feira, 11 de junho de 2015

11 de junho.

Houve alguns onze de junho que morri chorando. Coisa de adolescente em crise que se apaixonou pelo ídolo e daria a vida para estar com ele no dia de seu aniversário. Sei que nunca fui muito presente de corpo, e isso e comprova quando nos vemos, sei que você não me reconhece ou se quer lembra de mim. Com tantas fãs a todo instante na sua cola é admirável você conseguir ser tão puro com cada uma delas.

Hoje acordei pensando em você, um dia chuvoso e frio aqui no Sul. Nada parecido com você. Você sempre iluminou meus dias, e trouxe brilho a minha vida. Mas dessa vez não fiquei triste com a saudade que sinto sempre, apenas pedi que você continue sendo esse moleque que agora tem trinta anos. Que esse sorriso nunca deixe de existir, e que a sua sinceridade nunca esgote.

Pedi também que da próxima vez – se existir – que seja leve. Que seja calmo. Sem pressa.  Vivi ensaiando despedidas clichês, implorando para segurar o choro, e tentar te fazer o mesmo bem que você me faz, desde que eu tinha onze anos. Mas não sou mais aquela menina que ficava triste, ou que falava com posters. Os vinte anos estão batendo a minha porta e só desejo que você seja feliz como nunca desejei para ninguém.


A saudade guardo naquele cantinho bem escondido do meu peito, e coloco um sorriso no rosto mesmo o dia estando feio o suficiente para me deixar depressiva. Afinal, o dia é seu. O dia é meu também, e de todas as pessoas que te amam. Pode ter certeza que dia quatro de outubro também é um pouco seu, afinal você me fez, você me tornou o que sou hoje. 

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Você pode.

Esse texto é pra você que sempre viveu se preocupando com a opinião – desnecessária – dos outros. Pra você que prefere levar a sério um comentário maldoso do que um elogio sincero. Pra você que acredita quando alguém diz que você não vai conseguir.

Porque eu sou a prova viva de que sim. Qualquer um pode ser o que quiser na vida, mesmo sem grana, mesmo sem um bom estudo em colégios caros,  mesmo com um caos instalado na vida, mesmo com mil pessoas torcendo contra.
Nunca havia feito nada por vontade própria. Por loucura própria. Por amor próprio. Sempre me deixei levar pelo que minha família, amigos, conhecidos – e até desconhecidos – falavam sobre mim, e isso me levava pro fundo do poço sem eu conseguir enxergar. Achava que eu era o problema, que eu era quem só fazia merda, que escolhia tudo errado, que fazia tudo errado.

Não me lembro quando exatamente, mas um dia eu acordei. E renasci. Nunca mais dei ouvidos para quem não queria minha felicidade e comecei a me amar primeiro. Consegui saborear o gosto de fazer minhas escolhas, de me permitir errar, de arriscar.
Sinceramente não sei se eu gero orgulho pra alguém hoje nesse exato momento, mas eu planejei meu caminho, e vou seguir independente de qualquer coisa. E quem gosta de mim, vai vir comigo. E só isso que realmente importa.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Primeiro dia do meio do ano. Confesso que gosto dessa sensação de renovação, parece que isso nos traz uma esperança meio piegas, mas que nos encoraja a irmos atrás do que queremos. Bom, pelo menos deveria ser assim.

Sempre fui a inércia em pessoa. Sempre com sono, com preguiça e com medo de ir atrás dos meus sonhos, das coisas pelas quais eu acredito. Preferia me lamentar, e sentir pena de mim mesma, ao invés de virar o jogo.

Mas esse ano está sendo diferente. Aquela ficha emperrada caiu. E percebi que eu estava deixando o tempo escorrer pelas minhas mãos. Dei stop. Tirei um tempo só pra mim, revi muitas atitudes, pensei muito sobre tudo, risquei alguns planos e joguei fora algumas pessoas que me faziam mal, acrescentei novas metas e comecei a dar valor apenas para quem sorria sinceramente para mim. Renovação é a palavra que define.

E fui atrás. Estou dando meu melhor, e o nível de cansaço sobe a cada dia. Segundas, terças e quartas que me perdoem, mas eu só acordo mesmo na quinta-feira e ligo na potencia máxima, até o domingo. E assim vai.

Tem dias que sinto vontade de desistir e voltar para minha zona de conforto. Mas eu encontrei o meu lugar, esperei tanto por isso que não vou deixar escapar assim. Afinal ninguém disse que seria fácil, e não existe manual para a vida, cabe somente a nós escolhermos qual caminho iremos trilhar.


Nunca me senti tão certa de algo, nunca me senti tão adulta. Estou fazendo minhas escolhas e mesmo que eu erre me orgulho de cada tombo. E a cada dia ruim, fecho os olhos e imagino somente as coisas boas que quero na minha vida. Sei que vou chegar lá. Vou deixar de ser a ovelha negra da família, e mesmo que eu não busque o orgulho nem reconhecimento de quem só me julgou, ainda vou ouvir as palmas de quem só quis meu mal. 

E aí, tudo terá valido a pena.