segunda-feira, 30 de junho de 2014

Aqueles planos...

Sempre que me perguntaram o que eu queria ser quando eu crescesse, eu respondia uma coisa diferente. Acho que desde pequena nunca gostei de rotina daquelas que cansam a alma e atormentam a mente. Gosto de alguns tipos de rotina, mas isso não vem ao caso nesse texto.
Uma vez respondia que queria ser pediatra, outra vez veterinária, e acreditem, já quis ser modelo. Mas sempre preferi comer, então essa opção foi logo descartada.
Então a última vez que me perguntaram, eu respondi o que sentia passar pelas minhas veias, o que eu respirava e o que me fascinava. Atuar. É a primeira vez que falo abertamente sobre esse assunto, poucas pessoas sabem e há quem diga que nasci para isso.
Mas então aqueles sorrisos e incentivos se tornaram rostos fechados e de decepção. Nunca fui surpreendida tão negativamente, e nunca achei que não teria o apoio que eu precisava. Desde então ninguém nunca mais ousou me perguntar o que eu queria ser quando crescer, e o assunto nunca mais foi falado, como se fosse um tipo de bomba prestes a estourar a qualquer momento.
Cresci fazendo planos para meu futuro, achando que a opinião mudaria quando eu mostrasse que estava certa daquilo e que tinha realmente condições que ir atrás.
Porém mais uma vez fui surpreendida e o assunto virou a polêmica da família, todos criticando e me julgando imatura, apenas por eu querer seguir algo que me faz feliz. Eu poderia fazer qualquer coisa na vida, menos atuar. Ponto.

Aceitei e encerrei meus planos e pensamentos sobre isso, a resposta nunca mudou, mas se alguém me perguntar o que quero ser quando crescer a resposta vai ser uma só e imediata: quero ser livre.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

[...]

Abro os olhos numa manhã de sábado, saio do meu quarto e encontro minha mãe tomando café, e meu namorado lavando o carro no pátio, tomo meu café também, me arrumo e saio para passear com eles, almoçamos num restaurante bem simples porém aconchegante. Damos uma volta no parque. Eu decido de ultima hora fazer uma nova tatuagem, largamos minha mãe me casa e vamos ao Studio. Dessa vez eu faço algo bem diferente, um desenho colorido. Encontramos nossos amigos num barzinho, depois passamos no supermercado. Pergunto pra ele se tinha suco de abacaxi em casa, e ele pensa por minutos e ainda sim não sabe a resposta, mato ele em pensamento e dou um beijinho na bochecha. Levo mil sucos de mil sabores, e algo para o jantar. Também pães fresquinhos para o café de domingo. Pegamos nossos filhos cheirosos na pet shop e voltamos pra casa. Minha mãe está fazendo seus tricôs na sala vendo um filme na tevê. Tomamos chimarrão no pátio no fim da tarde, preparamos um bolo de cenoura com calda de chocolate e a bagunça é épica. Limpamos tudo e depois descansamos no sofá.
Acordamos de um cochilo e minha mãe está na cozinha fazendo o jantar. Strogonoff com batata palha. O melhor. O dela. Comemos tudo, e por duas vezes. Depois de um tempo vamos dormir. Tudo com a maior calma e leveza. Sinto uma paz invadindo minha alma.
Abro os olhos. Há algo estranho. Acordo. Foi tudo apenas um sonho e infelizmente a realidade é bem diferente e é preciso encará-la.
Enquanto essa vida dos meus sonhos não chega, continuo aqui vivendo e tentando filtrar as pequenas e mais preciosas coisas da vida. Indo dormir todas as noites para encontrar aquela Vitória livre e feliz, mesmo que ela só dure por uma noite.


quinta-feira, 26 de junho de 2014

Cinco.

Achou que eu ia deixar essa data passar em branco esse mês? Se enganou! Tu sabe que eu amo escrever, e quando é sobre nós, melhor ainda. Eu sempre tento não ser repetitiva, mas as vezes é impossível, porque sei que tu já ta cansado de saber o bem que tu me faz, mas eu tento sempre reforçar pra ti não esquecer nunca, como tu me faz feliz e me completa.
Tu tem o dom de me surpreender e me deixar boba de felicidade e carinho, o jeito como tu faz meus dengos e manhas é incrível, o cuidado que tu tem quando me tapa de madrugada ou quando tu deixa eu comer todos os teus doces, ou quando simplesmente tu fica me olhando, essas coisinhas mínimas se tornam gigantescas provas de carinho e amor.
Amo implicar contigo, amo bagunçar teu cabelo ainda mais quando tu acaba de fazer chapinha, amo vestir tuas calças de moleton (e roubá-las!!!), amo brincar contigo, amo a tua carinha de sono quando acorda, amo bancar a ciumenta e te arrancar mil gargalhadas, amo como tu trata a minha mãe (minha, ok?), amo te ver tocando bateria, violão e todos os instrumentos que tu sabe tocar, amo te ver andando de skate, amo fazer caretas pra ti e ver tua cara de susto, amo como tu é capaz de largar o que ta fazendo só pra me ajudar/apoiar, amo a tua sensibilidade, amo o jeito como tu é apegado aos animais, amo ver que tu tenha amadurecido tanto nesses cinco meses, amo ver que a gente mudou bastante, amo como tu apóia meus sonhos por mais loucos que eles sejam, amo como tu consegue me entender (as vezes melhor do que eu), amo lembrar do nosso inicio e ver que a gente venceu todas as barreiras e dificuldades e estamos aqui hoje, fazendo cinco meses de namoro.
Meu grudizinho, obrigada por tudo, nem sei como tu consegue me aturar! Melhor que cinco meses só uma vida do teu lado. Eu te amo e não é pouco.



quarta-feira, 25 de junho de 2014

LOVE NEVER DIE.

Escrevo porque amo, escrevo porque escrever me liberta, escrevo como se isso fosse salvar uma vida. Provavelmente a minha.
Ultimamente tudo está fora do lugar, mas relendo meus textos, percebi que só falo disso, dos meus problemas e tristezas, angustias e fracassos. Hoje decidi falar sobre o amor das pessoas que me rodeiam.
Sem esse amor provavelmente eu não seria nada, não teria forças pra seguir. Primeiramente o amor da minha mãe, que com certeza foi e continua sendo minha base. Apesar das brigas e opiniões diferentes, ela sempre fez de tudo por mim, mais do que guerreira ela é uma jóia rara, que eu guardo a sete chaves.
Depois vem o amor das amigas, é, mesmo que eu conte nos dedos quem são, eu as amo demais, e só Deus sabe as loucuras que já fizemos. Umas moram perto, outras moram em outra cidade, mas o que importa é o sentimento, a união. As lembranças são inapagáveis.
E agora o amor do namorado, sem dúvida alguma esse também me preenche de uma maneira absurda, tenho muita sorte de tê-lo na minha vida. Eu que nunca tive sorte com nada, fecho os olhos todos os dias e agradeço pelo namorado carinhoso, grudizinho e que me entende de forma que nem eu sei explicar.
Eu não poderia deixar de falar do meu amor por essas pessoas, não preciso citar nomes nem quantidade de tempo que as conheço, apenas queria deixar registrado aqui como eu amo minha mãe, daria minha vida por ela sem pensar duas vezes, só nós duas sabemos o que já passamos, e acho que ligação mais forte que a nossa não existe.
As amigas são meu tesouro, mesmo que algumas eu não já nem tenha mais tanto contato, sei que o carinho é recíproco. Amo cada uma com seu jeitinho, umas quietas outras loucas, são todas minhas amigas e queria deixar registrado aqui a falta que elas me fazem. Saudade eu sinto sempre, mas uma hora a gente aprende a guardar a saudade só pra gente.
E claro meu querido e digníssimo namorado, que sinceramente é um guerreiro porque pra me aturar e entender do jeito que ele atura e entende, ele merece um lugar especial no céu. Em cinco meses ele conseguiu me preencher e completar de uma maneira inexplicável. Me acolheu da maneira mais singela na família dele e se depender de mim nunca mais saio da vida dele.

Acho que é isso, o amor é bem mais preciso que possuímos e isso graças à Deus ninguém pode nos tirar. 

terça-feira, 24 de junho de 2014

PALAVRAS, SENTIMENTOS E PROMESSAS, TUDO QUE VOCÊ DEIXOU PRA TRÁS, MAS AINDA ESTÁ EM VOCÊ... JOGUE FORA.

Nos últimos cinco meses muitas coisas mudaram, e a realidade nunca foi tão dura.
Só porque fiz uma escolha, encontrei alguém que me entende e completa, algumas pessoas se afastaram. E o pior: são aquelas pessoas que eu achava que conhecia, que eu gostava e que fizeram parte da minha vida durante anos. Talvez a errada seja eu, por não ter compreendido que as pessoas mudam e muitas vezes se tornam irreconhecíveis. Acho que fiquei cega durante três ou quatro anos, mas é tão difícil encarar essa ficha caindo, não entendo e nem gosto disso. Eu mudei também, mas a minha essência continua a mesma, continuo dando valor pro meu passado e pras pessoas que fizeram parte dele, continuo a mesma chata e briguenta, e me contorço pra acreditar que as pessoas podem mudar e se afastar de maneira ridícula, por motivos fúteis e sem sentido.
Se renovar é a lei da vida e eu sempre soube disso, mas olho pra algumas pessoas agora e só vejo corpos desconhecidos, indo atrás de seus novos ideais e metas que sinceramente, não fazem sentido pra mim.
Não quero ver o tempo passar e isso só piorar. Onde foram parar aquelas pessoas que conheci e tinha afeto? Onde foram parar aquelas pessoas que não queriam se afastar e toda aquela baboseira? Onde foram parar aquelas pessoas que me faziam bem? Onde foram parar aquelas pessoas que citei no esboço do meu livro? Onde foram parar? Hein?
Eu que sempre tento achar resposta pra tudo nos meus textos, procurei, pensei e inventei mil possibilidades para essas perguntas, mas nenhuma delas seria convincente o suficiente para eu aceitar.



segunda-feira, 16 de junho de 2014

Tempo que perdi.

Há muita coisa fora do lugar, e simplesmente eu não estou mais conseguindo controlar.
Todos os dias eu acordo com a esperança de conseguir encarar a vida de frente, sem medo e sem desabar, mas não consigo ser forte e ultimamente qualquer coisa me derruba.
Só queria uma vida normal, uma lar de verdade com a minha mãe, um fim de tarde tomando chimarrão, queria ter um lugar pra voltar e queria ter motivos pra voltar pra casa.
Cheguei na fase mais crítica até agora: saio de manhã sem motivos, e volto pra casa sem motivos.
Aquelas infinitas brigas com quem deveria me tratar como uma princesa se transformaram numa absurda relação de mágoas, falta de respeito e desamor.
Tento absorver apenas as coisas boas, mas o problema é que as ruins estão se superando e inevitavelmente me sinto frágil e sozinha.
Aquelas amigas que eu achava que seriam pra sempre agora também tem seus compromissos e o afastamento vira rotina, a saudade sempre adiada e agora me encontro abandonada, só querendo algo diferente, uma festa ou passar o dia na rua fazendo algo realmente empolgante.
Sou meio dramática, eu sei, mas o momento requer muito drama mesmo, esse ano está sendo tudo muito complicado e corrido, e não consigo gostar disso.
Talvez o mais difícil e revoltante seja eu tentar fazer tudo da melhor forma possível, e ainda sim não ter o verdadeiro reconhecimento. Mesmo que eu saiba que estou fazendo o certo, é difícil não ter incentivos.

Vejo que essa crise interna está me afetando de uma forma tão horrível quando consto que estou ficando sem inspirações até pra escrever. Acho que esse é o limite. Escrever pra mim é a única forma que encontro para ser um pouquinho feliz e livre, e se não consigo mais fazer isso não sei aonde tudo isso vai parar.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

A pior parte.

A pior parte da vida é quando você se decepciona. É horrível perceber que você esteve enganada o tempo todo durante anos, é como se tudo não tivesse passado de uma brincadeira de mal gosto. Esse ano literalmente algumas coisas ficaram muito claras pra mim, é difícil aceitar mas agora entendo tudo.
A pior parte da vida é quando você acredita que tivesse amizades antigas e reais, mas que na verdade não passam de farsas.
A pior parte da vida é passar anos acreditando e sentindo saudade de pessoas que nem lembram da tua existência e toda aquela “magia” acaba.
A pior parte da vida é se lamentar pelo voar dos anos, é lembrar e sentir um aperto no peito, é ficar nostálgica ouvindo músicas, é fechar os olhos e reviver tudo por uns instantes e acordar vendo que você é a única boba que ainda lembra de algo e sente uma vontade absurda de voltar no tempo.
A pior parte da vida é ter que ver fotos com lágrimas nos olhos, ter escrito mil textos e chegar a conclusão de que foi tudo a maior perda de tempo.
A pior parte da vida é isso, é se decepcionar, confiar em “amizades” que no fundo nunca existiram.
A pior parte da vida é ter que lembrar que você praticamente escreveu um livro citando com o maior carinho do mundo pessoas que hoje em dia te viram as costas mais vezes do que piscam os olhos.
A pior parte da vida é se decepcionar, se iludir e ficar meio abobada quando a ficha realmente cai.
A pior parte da vida é sentir raiva de si mesmo, se culpar por não ter enxergado essa realidade que há tanto tempo habita na minha frente.
A pior parte da vida é sentir saudade de quem não sente a sua.
A pior parte da vida é achar que essa possibilidade não existia e depois ver que a gente não morre por isso.
A pior parte da vida é se acostumar com uma ideia que nos revoltaria anos atrás.

A pior parte da vida é se decepcionar.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Dias ensinam tudo para nós.

Enfim consigo olhar pra frente com orgulho. Orgulho de tudo que passei, orgulho de ainda estar de pé, orgulho simplesmente por ser quem eu sou.
Sempre fui acostumada na marra a menosprezar minhas conquistas por mais importantes que elas fossem, nada nunca foi lançado a mim como méritos, sempre não passava da minha obrigação. Me acostumei a passar sempre por média no colégio e isso não era mais do que meu dever, aprendi a apresentar trabalhos com uma facilidade incomum, mas isso também era minha obrigação, terminei o ensino médio sem ficar em recuperação em nenhuma matéria mesmo cansada acordando às 05h00min da manhã todos os dias. Comecei a trabalhar sem ter maioridade e fazer cursinho, e o cansaço era só parte da minha obrigação, ganhei uma bolsa de estudos numa faculdade, mas ainda sim eu não era digna de orgulho. Perdi a bendita bolsa por burocracias, e isso foi um erro imperdoável, fui criticada e só não fui pregada na cruz sabe lá Deus porque. Continuei na minha caminhada, larguei o emprego e me dediquei um pouco mais só aos estudos, consegui um emprego melhor perto de casa e continuei.
Passei no vestibular em quarto lugar, mas numa faculdade particular e isso obviamente não deveria ser orgulho para ninguém, desisti da vaga. Não passei na federal e naquele dia que o listão saiu, a terceira guerra mundial foi na minha “casa”.
Continuo trabalhando, e ganhei bolsa de estudos em um curso técnico que está sendo muito bom. Vivo cansada, e sem tempo, às vezes da vontade de desistir. Mas desistir seria jogar fora tudo que eu fiz. Hoje todas essas minhas conquistas tem um valor maior pra mim. Acordei pra vida e vi que nada foi minha obrigação, afinal eu poderia simplesmente ter largado o colégio, nem estudar nem trabalhar, e viver em casa dormindo.
Minha família nunca foi muito de sentir orgulho de mim, a verdade é que desde sempre por mais que eu fizesse tudo impecavelmente bem, os méritos sempre iam pra alguma prima ou amiga. Cresci com isso encubado, uma espécie de costume.
Mas hoje em dia cresci, e parei de sentir pena de mim. Tenho é orgulho, orgulho de mesmo estar indo totalmente contra tudo que sonhei pra mim, ainda continuo aqui, lutando e fazendo o possível, não para que sintam orgulho de mim, afinal antes eu quase implorava por um elogio ou reconhecimento, hoje em dia isso não me pertence mais.

Caminho por mim, para meu futuro e para que um dia lá na frente eu olhe pra trás e veja que tudo valeu a pena.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Ficar de pé.

Acho que hoje acordei pra vida. Algumas fichas caíram e agora o caminho talvez esteja mais fácil de seguir.
Ainda há buracos e cicatrizes incuráveis, mas não posso ficar parada morrendo aos poucos. Preciso ser forte para conseguir ser livre.
Percebi também que sou de certa forma afortunada. Tenho saúde, tenho pessoas boas por perto e tenho fé e esperança. Não posso chorar pelo leite derramado, nem por motivos descartáveis. Cada vez mais me livro das amarras que me prender e me sinto mais leve. As coisas aqui nunca foram fáceis, por que agora seria diferente?
Nada de desistir ou tremer, preciso somente do que tenho e sei que isso é mais do que o suficiente. Tenho o amor verdadeiro da minha mãe, namorado e amigos que me querem bem. E aos poucos a gente consegue enxergar que as pequenas coisas são as mais preciosas.
Aqueles sonhos de adolescente em crise ainda permanecem aqui, guardei-os num cantinho bem escondido do meu peito. Jamais sairão daqui. Só que quando a gente cresce, temos que abrir mão de certas coisas, é bem difícil ver tudo virando poeira e ficando pra trás, mas é assim que a vida é.
Fecho os olhos e relembro algumas coisas e no exato momento em que abro os olhos sinto um orgulho enorme de mim. Aquela menininha frágil e transbordando saudade de tudo, já não existe mais. Cresci bastante nos últimos três anos.
Percebi também que ando mudando até na forma de escrever. Minha paixão pela escrita só aumenta e me sinto mais segura para falar sobre o que eu quiser.
Chegando ao fim desse pequeno texto, apenas uma frase ecoa na minha cabeça:
"Dreams never die."

"Os sonhos não morrem."