terça-feira, 28 de julho de 2015

Pacifica. Passa e fica.

Se eu começar esse texto com a frase clichê que o tempo cura tudo, e o mundo dá voltas, vocês me perdoam? É porque nada se encaixa melhor do que isso.

Quem diria que você se arrependeria... Na verdade, eu diria. Afinal eu disse tanto, te avisei inúmeras vezes, quase me arrastei aos teus pés. Fui ao fundo do poço, me senti a mais idiota da face da terra, e você sabia que me tinha nas mãos. Era só você ligar, ou me mandar uma mensagem a hora que fosse, que eu mudava todos os meus planos, me fazia de durona para minhas amigas, mas você me derretia em segundos.

Comprei brigas por você, joguei minha sanidade fora, tinha dezessete anos, mas quem me visse diria que tínhamos a mesma idade. Você me fez sentir algo extremamente novo, encantamento define. Porém na primeira oportunidade jogou tudo fora, me fez ir do céu ao inferno em um dia. E aquela coisa boa que tínhamos nunca mais foi vista. Até tentei, juro, por muito tempo, esquecer, relevar, perdoar e recomeçar. Mas você continuava querendo todas as outras. E demorou um bom tempo pra eu cair na real.

Você não era o certo pra mim. Não me fazia bem, e nunca conseguiria sentir a mesma coisa que eu. Em um final de ano, juntei meus caquinhos e fui viver com aquela cicatriz doendo todos os dias e a cada vez que esbarrava com você. Aos poucos e lentamente tudo aquilo foi sumindo, aquela dor foi acalmando, e eu me tornei alguém meio sem graça, sem vida.

Até que em um verão inesperado, o destino me trouxe uma surpresa. Alguém apareceu a me fez ter fé na vida, nas pessoas novamente. Me mostrou o amor verdadeiro e real. Na pele. Na boca. Nos abraços. E nos olhares mais sinceros. Hoje em dia sou alguém bem melhor, adulta, dona de mim e certa de que aprendi muito com cada tombo que você me fez cair. Fiquei esperta, e consigo ver além de aparências. E desejo do fundo da minha alma, que isso passe. Como passou por mim. Não guardo rancor algum de você, afinal tinha que acontecer, mas também tinha que acabar.


Estou certa de que você não lerá esse pequeno texto, porém sei que meu coração que vivia atordoado, hoje em dia só te deseja coisas boas. Passou, afinal tudo passa. E tudo que passa, de certa forma fica. 

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Sem saber onde foi que me perdi.

Vivo buscando o equilíbrio, mas isso não é novidade para quem acompanha meus textos. Porém de alguma forma, muitas coisas estão mudando, e não me vejo mais escrevendo bons textos – se é que algum dia eu já escrevi bons textos -, o que acontece é que mesmo quando eu não tinha motivo ou assunto legal para escrever, eu sentia e toda aquela mágica acontecia, e agora com essa correria e com meus dias sendo iguais, de certa forma não consigo estar presente de alma nas coisas que escrevo ultimamente.

Dizem que isso acontece com os cantores, com os maiores escritores de todo mundo, então porque não haveria de acontecer com uma menina inconstante que escreve em seu blog em meio a milhões de coisas boas na rede mundial de computadores. Não sei. Só sei que me sinto meio vazia por isso. Escrever sempre foi minha válvula de escape, minha libertação, meu hobby, e meu maior encanto depois das artes cênicas, tanto que pensei muito em cursar Letras, por tamanho amor a escrita.


Mas agora eu fico por aqui, tentando resgatar aquela coisa boa que eu tinha com as palavras. Tentando me encontrar e quem sabe por consequência conhecer algum novo jeito de sentir e escrever o que realmente toca meu coração e minha alma. Se eu sumir, já peço desculpas antecipadamente, mas desejo muito voltar. Me encontrar. Me renovar. Deixar a vida me levar.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Começo esse história afirmando com todas as letras que sou totalmente contra ao machismo. A palavra violência doméstica deveria ser extinta juntamente com esse ato maligno. Mas que também não generalizo. Sei que nem todos os homens são iguais, e que espero que os bons se tornem maioria um dia.

Não sei em quantas partes ela será dividida. Depende do quanto a minha memória vai ajudar, e quanto tempo e estruturas terei para escrever sobre esse assunto aqui. Antes que perguntem por qual motivo decidi falar sobre isso, já fazia um tempo que vinha pensando em escrever, queria achar uma forma menos chocante ou triste. Mas há vezes em que temos que relatar a história do jeito que ela é. Sem maquiagem.


“Desconheço a data e local em que Amália nasceu. Só sei que foi no interior do Rio Grande do Sul, creio que lá pelas bandas de Pelotas, onde faz um frio de arrepiar qualquer espinha. A vida era difícil naquela época. Se hoje em dia estamos em crise, imagina no tempo em que não havia nem eletricidade. Os pais davam duro para criar os filhos apesar de qualquer coisa. Amália tinha era de uma família relativamente grande. 
Quando criança ajudava em casa, cuidava dos primos, era uma menina com personalidade forte, e até mesmo um pouco teimosa. Os anos passaram, Amália cresceu e se apaixonou por Humberto – mas pode chamá-lo de Beto -. Não deu muito tempo depois e eles se casaram. Aos pouquinhos foram adquirindo pequenas coisinhas, de grão em grão arrumaram uma casinha pra morar. Até que o que já era esperado aconteceu: Amália engravidou. A felicidade tomou conta da família, uma nova geração estava a caminho. Nove meses depois nasceu Ana Cláudia. Pele clarinha, um verdadeiro anjinho que cabia em um braço. Virou o xodó da casa, e apesar das dificuldades os três conseguiam viver de maneira razoável. Até que Humberto começou com uns goles, e quando viu estava bebendo todos os dias. Amália tentava controlá-lo, mas havia vezes que ele ficava agressivo, então ela preferia cuidar da Ana Cláudia. Quando a pequeninha estava com dois anos, eis que veio uma surpresa: Amália engravidou novamente. Naquela época era normal as famílias terem vários filhos, então nove meses depois nasceu a Ana Carolina. Assim que nasceu todos diziam que era a cara do pai, Humberto. Foi uma alegria só. Porém Humberto ia ficando mais vulnerável a bebida. Às vezes gastava tudo que tinha no bar, voltava aos trancos pra casa, para o desespero de Amália que tinha duas crianças pequenas pra sustentar. Então eles resolveram mudar para Porto Alegre. A vida deveria ser melhor, e assim talvez Humberto esquecesse essa maldita bebida. Então ele começou trabalhar na rede ferroviária, enquanto Amália abriu uma lanchonete perto de casa. 
As meninas já haviam crescido um pouco e ela precisava trabalhar. Adorava comércio e cozinhar, então uniu o útil ao agradável. Ana Carolina estava com quase quatro anos quando soube que teria outra irmãzinha. Sim, mesmo com a vida difícil, a família aumentou. E Humberto apesar de todos os defeitos, nunca deixava faltar nada em casa. E nove meses depois veio a Dora. Era o xerox da sua irmã caçula e de seu pai. 
A vida seguiu e infelizmente Humberto não conseguia abandonar o maldito vício. Começou a fazer inúmeras dívidas, arrumou diversas brigas e quando retornava em casa, era um verdadeiro inferno para Amália e as meninas que ainda não entendiam direito aquelas brigas e gritos. 
Havia dias em que tudo era perfeito, Humberto ficava semanas sem colocar um gole de álcool na boca, e nesses dias Amália tinha esperanças que tudo melhoraria, mas era só ele ter uma recaída para tudo desabar outra vez, pois ele ficava cada dia mais agressivo e até ameaçava bater nela.”


CONTINUA



História baseada em fatos reais. Mas fica a meu critério mudar ou alterar alguns fatos. Nomes trocados. 

terça-feira, 14 de julho de 2015

O dia em que deixei de ser especial.

Não sei ao certo quando foi, nem quais os motivos, mas faz algum tempo que me perdi e deixei pelo caminho aquele brilho especial que me fazia ser querida por muitos e especial para aqueles que quero bem. De início achei que poderia ser uma fase, um momento de renovação, mas observando com mais calma, percebo que não sou mais a mesma.

Muitas pessoas passaram por mim, e talvez uma delas tenha levado consigo a melhor parte de mim, do meu ser e da minha alma. Se foi você, por favor me devolva. Estou precisando muito voltar a ser especial, me sentir importante e realmente querida. Não, não é carência, é apenas aquela vontade de ter de novo amigos verdadeiros.

Algumas pessoas comentam comigo, que antes eu escrevia um texto por dia, agora raramente posto um por semana. Também não gosto disso, mas até escrever ficou difícil. Parece que já escrevi sobre tudo e que as palavras são sempre as mesmas, e eu enjoo fácil das coisas. E por mais que pareça, isso não é um lamento. É apenas um pedido. Preciso daquele ânimo de volta, preciso recuperar meu senso de humor, minhas características mais marcantes, minhas manias, meus pensamentos mirabolantes.


Antes eu transbordava. Hoje em dia sou quase vazia. Ser oitenta não me fazia bem, mas ser oito vem me deixando neutra. Apagada. Quase invisível. Desaparecendo. Sumindo no mundo. Me tornando apenas mais uma em meio a multidão. 

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Inverno. Para alguns a melhor estação do ano. Para mim é o caos interno. Não que eu precise de alguma época do ano para ficar depressiva, mas convenhamos não há como ser feliz em dias frios e chuvosos. Juro que tento ver o melhor de cada dia, mas acordar cedo e sair com o dia escuro ainda, e voltar com a noite embalando meu sono é algo que ainda não consegui gostar. Tento manter a calma. Respiro e entre minhas faltas de tempo, tomo alguns chás. Dizem que acalma, e é menos viciante do que café. Mas não há nada que eu deseje mais do que os finais de semana. Apenas dois dias em que tento fazer tudo que quero – e que não posso fazer nos dias da semana- mas acabo passando mais tempo dormindo ou com preguiça do que fazendo coisas realmente úteis.

Nunca fui obcecada por dinheiro. Sempre achei que não poderíamos deixar de viver por isso. Mas infelizmente conheço pessoas que dão o sangue por mais e mais dinheiro, abdicam de suas vontades, brigam e magoam pessoas simplesmente por essa avareza e esquecem que a vida é muito mais importante do que isso.

Dizem que eu sumi. Porque eu sumi mesmo. Passo meus dias dormindo em pé, com um mau humor extremo e indo de um dia bom à péssimo em questão de segundos. Dizem que eu sumi. Das festas. Das saídas. Das idas atrás dos ídolos. Das fotos com a galera. Das indiadas com os amigos. Porque eu sumi mesmo.  A preguiça cada vez mais toma conta do meu ser, me tornei uma pessoa de quase vinte anos com ânimo e coluna de alguém que já passou os oitenta. Dizem que eu sumi. E que essa que está aqui não sou mais eu, que ria por nada, que aproveitava os dias, que estava sempre disposta e contente sem ter uma razão concreta. Porque eu sumi. Cansei um pouco de correr atrás de quem só se afastava, e hoje em dia evito mostrar os dentes para quem eu não conheço.


Da mesma forma que escuto que essa é somente mais uma fase, e que vai passar como as outras passaram, desejo com toda minha alma que um dia eu volte. Pra vida. Pro mundo. Pro tempo. Pras pessoas que me querem bem. E que eu volte pra ficar. Sem mágoas ou cansaço, sem mau humor ou brigas, sem cobranças excessivas e sem medo de seguir o meu caminho. 

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Crazy.

Essa semana têm tudo para ser a mais insana, corrida e que pode me deixar louca a qualquer momento, do ano.
Acordo na velocidade de uma tartaruga quando está com preguiça e confesso que somente depois do almoço que realmente meu cérebro começa a processar as coisas ao meu redor.

Ingressos. Horário. Chá de maracujá. Respira. Não pensa na peça. Tenho que decorar minhas marcações. Tenho que pensar no cabelo e maquiagem. A Pri usa salto só pra me ferrar. Mais um chá de maracujá. Finalizar o tcc. Provas. Saídas de campo. Trabalhos. Telefone tocando. Já vou mãe. Respira. Toma um copo d’água. Alonga esses músculos contraídos. Ingressos. Reservas. Desistências. Vontade de sair correndo. 135 mensagens no whatsapp. Calma. Tenta dormir. Respira. Não pensa em nada. Depois te ligo mãe. Namorado meio de lado. Culpa. Correria. Mau humor. Nervosismo elevado a 1000. Respira. Ouve uma música. Ingressos. Amiga do RJ vindo pra POA. Vou me atrasar. Não tem trocado? Vou ter que sacar no banco. Telefone quase explodindo de tanto vibrar. Chá de camomila, mas não era maracujá? Era. Acabou. Tatuagens. Sábado. Tenta dormir. Descansa. Não fica nervosa. Vai dar tudo certo. Tem desconto pra estudante? Não sei se vou. Não sei se vai sobrar ingresso pra ti ir. Não pensa na peça. Ouvi dizer que vai chover sexta. Dores por todo lado. Joelho roxo. Duas frases. Se chover não vou conseguir fazer cachos. Não vou conseguir chegar na hora marcada. Não consigo dormir. Me liga. Não some. Falta tempo. Mais um dia. Cansaço. Eu sendo um ogro mais do que o normal. 208 mensagens no whatsapp. Respira. Ficou sabendo? Cálculos. Planilhas. Abraçar muito e não soltar mais. Reescrever a história, transformar dor em glória. Cidade Baixa. Eu quero um ingresso. Não fiquei sabendo. Grampeadores que não funcionam. Nossa, que desatualizada. Não tenho mais ingresso. Mãe faz uma sopa. Não tenho tempo de me atualizar, sorry. Telefone. Dreams never die. Descansar. Tentar dormir. Domingo tem mais. Não vai dar tempo. Nada vai dar certo.

Esse final de semana tem de tudo pra ser um dos melhores da minha vida.