terça-feira, 31 de março de 2015

São quase dez, e eu preciso escrever porque eu estou tão cansada de apenas sorrir e forçar meu peito a aguentar mais um pequeno caos, estou tão cansada em ter que colocar meu lado atriz sempre em primeiro lugar e esquecer que aqui dentro existe um buraco imenso e que cada vez mais aumenta. Faço isso apenas para que as pessoas que me rodeiam fiquem tranquilas pensando que estou realmente bem e que é apenas uma fase que logo passará.

Uma semana atrás eu disse que não escrevia mais sobre você, mas eu menti e olha pra mim agora, sofrendo de uma dor que nunca alivia, voltando no tempo a cada vez que fecho os olhos e desmoronando toda vez em que lembro do que já fomos um dia. Veja só, nós que sempre brincávamos de imaginar o futuro mal sabíamos que o destino nos pregaria essa peça ridícula.

Te ver partindo sem poder fazer nada a não ser permitir e deixar livre, é algo que jamais conseguirei esquecer. Pedia baixinho pra você voltar, suplicava pra você perceber que estava abandonando alguém que só queria seu bem, e acreditava que você voltaria um dia. 
Juro que apesar de tudo eu ainda receberia você de braços abertos, disposta a esquecer tudo e recomeçar do zero.

Mas você não voltou, e agora eu nem quero mais que volte. Minha sanidade mental não existe, e meu coração sempre insiste em acreditar que você me mandará uma mensagem dizendo que se arrependeu. Mas a caixa de entrada está vazia, o telefone nunca mais tocou e apareceu seu número, nem nos meus aniversários você ousou mandar um parabéns.

Você nunca entenderá o mal que me fez. Vivo rodeada de pessoas, mas nunca mais tive alguém como você, que me entendia e confortava, que me protegia e me pegava pela mão, que me mostrava o caminho certo a seguir, mas que na primeira oportunidade foi embora da maneira mais covarde que alguém poderia partir.

Nunca conseguirei ser com alguém como eu fui um dia com você. Parece que nada é suficientemente bom, parece que nenhuma pessoa é suficientemente legal. É porque na verdade elas não são você, e nada será tão bom quanto era quando nós estávamos juntas. Se você lesse isso, sei que diria que mais uma vez estou sendo dramática, mas eu não me importo, na verdade o que você pensa ou faz já não faz mais parte da minha vida.


Desde que você foi embora eu também fui. Aqui permanece apenas uma casca falsa de alguém que entende essas desventuras irônicas da vida, mas que na verdade nunca foi a mesma, nunca será a mesma. 

sexta-feira, 27 de março de 2015

É muito clichê, mas certa vez li uma frase que faz todo sentido no momento: “O tempo não cura tudo, na verdade ele não cura nada. Ele só tira o incurável do centro das atenções.” E realmente é assim. Cá estou eu, no auge dos meus quase vinte anos, com toda a vida pela frente – eu espero – e continuo tendo minhas crises de nostalgia sentindo saudade de um passado que completa seis anos esse ano. 22 de dezembro para ser específica. Foi aonde tudo virou passado e eu me tornei uma saudade ambulante carregando minhas dores e cicatrizes, me tornei outra pessoa e com um bocado de solidão na bagagem.

Ontem voltando para “casa” ouvi a repentinamente a última música antes de desligar o celular e tirar os fones de ouvido para descer, e ela é bem antiga. Especificamente dessa época que eu sinto saudade sempre. E eu odeio essa parte aqui. Odeio mesmo.

Nunca estamos preparados para o novo, para mudar, e até nos adaptarmos leva certo tempo, porém, sinto que ainda não consegui aceitar que terei de conviver com essa falta no peito até o resto dos meus dias. Obviamente já não choro todos dias por isso como cinco anos atrás, já não sou mais revoltada com a vida – não por esse motivo – e consigo viver alguns dias sem lembrar, mas quando eu lembro parece que minha alma vai explodir de saudade.

Cresci muito após essa perda. E infelizmente só agora nos últimos tempos consegui entender que todos mudaram. Já não são mais meus irmãos, aqueles que eu podia contar sempre mesmo que houvessem desavenças. E foi difícil sabe, nossa, foi mega difícil reconhecer e entender isso. Mas a vida segue, eu sigo e todo mundo segue.


Um dia sei que vou terminar aquele bendito livro que um dia eu comecei, e talvez seja aí, terminando esse livro que eu consiga colocar uma pedra em cima desse assunto e parar de sentir saudade e querer voltar no tempo e parar exatamente naquele ano. 





Bem talvez, essa seja a música e bem talvez ela defina tudo 

quinta-feira, 26 de março de 2015

Novamente aquele assunto que ela já tinha deletado dos seus pensamentos, volta para lhe atormentar e fazer lembrar de um passado que ela daria a vida para esquecer. Por que revirar tudo outra vez? Por que não foi colocado uma pedra em cima de tudo isso afinal? Quando ela pensa que esqueceu, lhe fazem lembrar. Recusa-se a voltar lá novamente, porém sabe que é preciso. Há uma história lá para ser encerrada de uma vez por todas, há mil coisas que um dia ela possuiu. Há uma menina sonhadora e cheia de gargalhada que ela abandonou forçadamente.

Não lhe perguntaram sua vontade nem sua opinião, simplesmente colocaram meia dúzia de roupas em uma mochila e foram. Deixaram pra trás móveis, lembranças, dois cachorros, sonhos e a paz interior de uma menina de onze anos que mal sabia o que lhe aguardava.

De início tudo parecia andar conforme o planejado, porém quando ela se deu por conta já haviam-se passado dois anos. Dois anos perdidos. Os dois cachorros haviam morrido de saudade e a poeira tomava conta daquele lugar. Lembra-se bem de como deixara tudo, e após dois anos parecia tão diferente, sem vida. Saiu de lá prometendo que nunca mais retornaria. Pior que sua vida atual, era lembrar de como ela já foi boa um dia.

Oito anos se passaram. E parece que nesse meio tempo ela não viveu. Ficou dormindo acordada simplesmente realizando suas tarefas e obrigações. Sem nada do que já teve um dia, sem ser o que já foi um dia. Não tinha um porto seguro, não tinha um refúgio e não ousava se perguntar tudo que deixou de viver, etapas queimadas como papel velho, sonhos e vontades que nunca se realizarão.


Ouviu dizer que tudo está perto do fim. Se recusa a voltar lá. Que se dane móveis devem estar cheios de traça e poeira, que se danem fotos devem estar mofadas, que se danem o silêncio e a paz daquele lugar nada irá voltar, que se danem todas as lembranças boas um dia tudo será esquecido, que se dane aquela menina de onze anos que foi deixada lá. Hoje ela tem dezenove e um buraco na alma e sabe que nunca mais nada será como já foi um dia.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Principalmente na dor.

Eu realmente espero que você continue vivendo sua vida sem olhar pra trás como tem feito nos últimos meses. Eu realmente espero que você nunca se pergunte como seria se tivesse sido tudo diferente. Eu realmente espero que você nunca sinta saudades e que nunca olhe as nossas fotos com lágrimas nos olhos. Eu realmente espero que você nunca enxergue que vive rodeada de pessoas que não te querem tão bem assim, e que afastou uma das poucas pessoas que daria a vida por você. Eu realmente espero que você nunca se decepcione com esses seus amigos legais e descolados que fazem você esquecer do mundo real. Eu realmente espero que você nunca mais ouça nossa banda preferida e lembre dos momentos que vivemos.

Eu realmente espero que você brilhe, e tenha muito sucesso na vida no amor e em todos os campos possíveis que um dia possa encontrar. Eu realmente espero que você me odeie, e nunca mais deseje me ver na vida. Eu realmente espero que você seja a pessoa mais feliz do mundo e que nunca haja uma pontinha de nostalgia na sua vida. Eu realmente espero que você tenha apagado meu número dos seus contatos e que tenha me bloqueado no facebook e em todas as redes sociais. Eu realmente espero que você nunca mais lembre de mim e da minha existência.

Parece loucura, eu sei, mas eu te deletei da minha vida definitivamente a poucos dias, é horrível enterrar uma pessoa que continua viva, mas infelizmente você, só você quis assim, e depois de muito lutar e ir ao nível mínimo da dignidade, eu cansei. É decepcionante saber que todos aqueles nossos planos não existirão, é triste saber que nunca seremos vizinhas e quando alguém perguntar quem é aquela que está ao nosso lado nas fotos antigas, vamos inventar uma história convincente – apenas para nós mesmas – e acreditar que tudo foi melhor assim.

Sabemos que você nunca lerá isso, e sabemos inconscientemente também que daqui alguns anos isso não será mais lembrado. Todo tempo que eu perdi, todas as cartas e textos gigantes que eu escrevi, tudo foi jogado fora, e não há mais nada a fazer.


Se eu pudesse pedir uma coisa, eu pediria esquecer que você existiu algum dia, e que me abandonou sem dizer ao menos o motivo, apenas soltou minha mão e nem se preocupou se eu conseguiria seguir sozinha. Se eu pudesse pedir uma coisa, pediria pra não sentir essa saudade imensa de você. Se eu pudesse pedir uma coisa, pediria pra você ser feliz e nunca mais lembrar de mim, porque depois que eu enterro alguém, não há chances de ressuscitar. 
Outono chegou e trouxe com ele lembranças que lutei com todas as minhas forças para esquecer. Porém cada dia fica mais fácil lidar com os tapas na cara que a vida me dá. Nunca gostei de frio excessivo, odeio ter que me entupir de casacos e depois me sentir presa e sufocada. Para mim verão e calor significam vida, liberdade e poder voar quem sabe.

Confesso que o frio me deprime. Como se eu precisasse de frio para ficar deprimida né? Mas, de verdade, essa fase que está chegando foi absurdamente ruim para mim ano passado, não soube lidar. Aconteceu tudo junto: trabalhar oito horas, estudar a noite e chegar em casa beirando a hora em que a carruagem vira abóbora, dormir pouco, frio, não ter tempo pra nada, etc.

Mas prometi para mim mesma que esse ano vai ser diferente. Frio não pode ser sinônimo de coisas ruins e cabe somente a mim mudar esse jogo e fazê-lo favorável a mim. Começando por auto-suficiência.  Não deixando ninguém mais me magoar ou me fazer sentir uma pessoa inferior. Agora vai ser bateu, levou. Dar mais valor as pessoas que me amam e deletar total e completamente da minha vida pessoas que não agregam em nada. Lugar de lixo é no lixo.

É muito clichê mas, quando a vida te machuca ela fornece a cura em pequenas doses de afeto e momentos bons, porém é preciso que saibamos entender e aceitar.

Não estou aqui escrevendo texto de auto ajuda ou qualquer coisa parecida, apenas escrevendo o que minha alma precisa dizer em forma de textos que são minha paixão. Ser mais forte e parar de me auto julgar ou me bloquear da vida é uma nova lei que inventei nesse momento. Sei que não sou exemplo para ninguém, mas se de alguma forma eu puder ajudar quem lê esses meus textos sinceros e cheios de sentimentos, eu fico muito feliz.


Uma coisa é certa: nunca vou parar de sonhar em ter uma vida normal, e com tudo que tenho direito. Já entendi que sozinha não consigo nada, porém continuarei dando meus pequenos passos nessa caminhada, não deixando de almejar e idealizar minha vida. Um dia, pode demorar, mas eu sei que vai se concretizar.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Ei tempo, não precisa passar voando assim desse jeito, senta aqui, vamos conversar e tomar um chimarrão no Sol quem sabe, não se acanhe nem fique tímido, eu gosto muito de você, só não gosto quando você passa rápido demais, vamos, venha aqui e me dê um abraço apertado.

Sabe, eu ando tendo inúmeros dias difíceis e você na maioria das vezes é o maior culpado por isso, então se acalme, vamos fazer um acordo: você passa mais devagar e eu começo a lhe aproveitar direitinho fazendo as coisas que eu quero.

Há momentos em que o que eu mais quero é desabar. Deitar e me tapar até conseguir fugir de tudo e todos por uns minutos. Ou sair andando por aí meio sem rumo, só sentindo o vento batendo na cara, mas o problema meu amigo tempo, é que eu não posso fazer nada disso. Sou gente grande né? Bom, é o que dizem. E não posso fazer uma coisa dessas beirando minhas vinte primaveras.

Talvez você tenha me ensinado uma coisa: a sempre continuar. Mesmo triste, mesmo feliz, mesmo com medo, mesmo nervosa, mesmo ansiosa, mesmo sozinha ou acompanhada. Sempre continuar. Sempre seguir. Sempre.  E sabe que isso de certa forma é muito bom e confortante. Comecei a agir diferente nos meus dias mais ruins e tenho notado que consigo me sentir um pouco melhor.

Acho que você não deve saber querido amigo tempo, mas nunca fui do tipo mulherzinha, ta, não pra algumas coisas, e nunca gostei de ficar brilhando igual arvore de natal, sempre preferi roupas mais confortáveis e largas – muito amor por roupas largas que cabem duas Vitórias dentro – e também nunca fui de usar batom. No máximo manteiga de cacau no frio e olhe lá. Mas agora nos dias em que estou mais deprimida e triste, eu coloco minha roupa mais bonita – e confortável também porque não sou obrigada – e passo um batom daqueles bem coloridos. Rosa pink, laranjão ou mais básico cor de boca mesmo. Me visto de acordo como qualquer mulher vaidosa, e saio.

No começo agora, tenho notado meio um estranhamento das pessoas. Tipo, oi? Quem é aquela ali? A Vitória? Mas ela não é meio menininho pra se vestir? Até boné ela usa! Mas até que ficou arrumadinha....

Dou risada disso. E me sinto muito bem, não só comigo mesma como também com as pessoas ao meu redor. Agora você meu amigo tempo já sabe meu segredo. Quando me ver de batom, com infinitas camadas de rímel e uma roupa bacana, cê já sabe: estou tentando colorir e dar um pouquinho de vida, a minha vida.




quarta-feira, 18 de março de 2015

Lá estava ela novamente. Fingindo não se importar com nada além dela mesma, fingindo não levar nada muito a sério, fingindo absolutamente tudo. Colocava uma roupa que mostrava exatamente como ela se sentia por dentro: um vans velho, uma calça jeans marrom que ela gostava de dobrar na barra e deixar na altura da canela, uma blusa larga preta e aquele casaco cinza que ela mais gostava. Você deve estar pensando que ela literalmente não sabe nada de moda, e eu concordo.

Colocava o pé pra fora e o dia já estava escurecendo. Ela não sabia qual o motivo de tudo isso, mas ela seguia. No seu fone, tocava qualquer música realmente boa e que a levasse para outro mundo, afinal daquele mundo real ela já estava cansada e enjoada.

Odiava ter que conviver com toda aquela pressa, odiava ter que abdicar de tudo, mas era bem melhor voltar para casa tarde do que ter sua alma infectada pelo caos infernal que habitava naquele espaço. Voltava tão cansada que às vezes agradecia por não ter tempo nem de pensar antes de dormir, e apenas apagava.

Mentalizava que tudo estava indo bem, e que todos os sacrifícios eram necessários, que nada era por acaso e que era só uma fase que um dia ia passar e tudo daria certo. Mas essa fase durava sua vida toda, nada ia tão bem e a gente sabe que certas coisas nunca passam, e deixam marcas irreparáveis.

A única salvação dela, eram as pessoas que lhe faziam bem. Nisso ela tinha muita sorte. Aprendeu que amigos antigos nem sempre são sinônimos de verdadeiros e que pessoas novas podem nos tirar da lama quando precisamos. E ainda bem que ela tinha pessoas que a mostravam que a vida pode ser boa, nem que seja um pouquinho.


Dia desses trombei com ela quando me olhei no espelho, ela deu aquele sorriso meio tímido e seguiu com seu fone tocando uma música bem alta, e com a cabeça no mundo da Lua, afinal é só assim que ela consegue não pirar. Talvez eu encontre ela de novo por aí em qualquer dia, não posso me esquecer de dizer que ela fica muito mais bonita com aquele sorriso metálico devido ao aparelho e ao piercing no smile, porque quando ela sorri, aquele olhos que mais parecem um oceano brilham, e iluminam tudo ao seu redor.

terça-feira, 17 de março de 2015

Ele foi uma das primeiras pessoas que eu vi quando cheguei naquela festa, camiseta vermelha combinando com seu vans, bermuda meio largada, cabelo cabelo arrepiado e um perfume que consigo lembrar até hoje.

Confesso que fui sem pretensão alguma, só queria me divertir e esquecer um pouco dos meus problemas que me assombravam, rir com pessoas legais e só. Mas depois daquela noite nunca mais fiquei só.

Não lembro de muita coisa até apagar e dormir por umas duas horas. Acordei com aquela música ecoando nos meus ouvidos, voltei pra pista e só me lembro novamente da parte em que um quarto estava lotado. Não sei porque fui pedir um cantinho do lado dele. Só sei que depois disso minha vida foi salva.

Mil e uma conversas depois disso, alguns encontros e um pedido de namoro meio tímido com direito a lírios amarelos. Nunca esquecerei. Aquele cara que eu via todos os dias e se quer um oi me dava, era meu namorado. E era diferente, era um sentimento puro e dava pra sentir que muito verdadeiro.

Já se passaram muitos meses depois disso, brigas, sorrisos, muito carinho e apoio vieram também. Ele me entende de um jeito incomum, e me deixa confortável pra ser eu mesma, sem máscaras, sem farsas, sem sorrisos amarelos. 

Eu que nunca tive sorte, fui a mais sortuda em ter encontrado ele. Muitos diziam que não duraria uma semana, outros torceram demais. E a gente? Bom, a gente apenas vive. Tentando driblar a correria diária e sempre comendo um sushi - ensinei ele a gostar - quando conseguimos um time. 

Ele me faz assistir alguns filmes meio de terror - sou medrosa e odeio sangue - e suspense, e eu consigo levar ele nos shows da minha banda preferida. Simples, a gente se completa. Não é fácil, mas quando se quer algo, se consegue.

Todas as noites visto aquela camiseta dele, e falo baixinho para mim mesma: "obrigada por salvar a minha vida."

segunda-feira, 16 de março de 2015

Então deixa ser.

O ser humano nunca está preparado para se desprender de algo, tanto coisas como pessoas. Nascemos apegados em tudo, damos valor exagerado para muitas coisas às vezes, e depois desapegar fica quase impossível.

Mas, não adianta segurar uma mão que insiste em ir embora, não adianta guardar aquelas coisas velhas só porque têm lembranças contidas nelas. Passado é passado.
Eu demorei muito tempo para aprender isso. Posso dizer que ainda é difícil pra mim, mas me orgulho de ter encerrado muitos ciclos nos últimos tempos. Coisas mal resolvidas só vem para nos atormentar, para ficarmos nos perguntando como seria se tivesse sido diferente.

Não é fácil, mas se libertar de tudo e todos é bem mais confortável do que viver dando nós e acumulando lembranças e mágoas que nunca nos deixam em paz.
Enterrei muitas pessoas e coisas nos últimos dias, me sinto bem mais leve e daqui em diante só pretendo levar comigo o que me completa e faz bem.

Não faz sentido sermos tão apegados, afinal tudo passa tudo acaba. Crescer e perceber que nem sempre tudo que achamos que nos faz bem, nos faz realmente bem é essencial. Faz parte da vida recomeçar, e para isso devemos descartar toda e qualquer bagagem pesada que nos trava o riso.

Dia após dia renascemos com o Sol, não somos iguais à ontem e nem parecidos com o que seremos amanhã, todo dia é uma nova chance que recebemos - sei que é meio irônico, eu a rainha do drama e da depressão falar isso porém é necessário e talvez até um dia eu aprenda - e devemos fazer dessa chance algo extremamente precioso, quem sabe até nosso tesouro. 

Tem certeza de que você quer continuar chorando, e rastejando com todas essas amarras que só te atrasam? É, eu sei que não. Então o primeiro passo é admitir que nada volta, depois aceitar que você não precisa sofrer desse jeito para encontrar o seu lugar, e depois, seguir em frente com a alma vazia de ressentimentos e nostalgias. Para ser livre, é preciso deixar livre. Você. As pessoas. E os momentos.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Para alguém que não vai voltar.

Naquela noite quem dera eu soubesse que tudo ia mudar. Obviamente eu sabia que algumas mudariam, mas não tinha a real proporção. Aquela pré adolescente com apenas quatorze anos que achava que sabia tudo sobre a vida e que tinha amigos verdadeiros do lado se tornou alguém que ela sempre jurou que nunca seria.

Mas posso dizer que talvez tudo isso tenha me feito de certa forma algum bem.
Não sou nenhuma uma mulher alienada, cresci tanto que você nem pode imaginar. Aprendi na marra que amigos verdadeiros eu posso contar em cinco dedos, me vi sozinha no meio de um bando de gente apressada e infelizmente me tornei uma delas. Sem paciência, sem tempo, sem bom humor, e sem graça.  E até um pouco melancólica.

Acredito que todo mundo sente saudade, mas a diferença é que tem gente que apenas sente e diz isso, e tem gente que sente e procura estar perto. E em quase duas décadas de vida – ainda estou superando o fato de que daqui sete meses terei vinte – tive uma perda misturada com decepção que talvez nunca será reparada. Pessoas são insubstituíveis e nada nem ninguém pode desfazer isso.

Mas, se teve uma coisa que eu aprendi mesmo, é que a vida segue. Mesmo com coração partido, mesmo com a vida bagunçada, mesmo com as marcas de um passado, mesmo sem tempo algum, mesmo sem você aqui comigo presente ao menos de alma pra me mostrar que eu tinha alguém por mim e por você.

Você foi embora, e eu segui.



quarta-feira, 11 de março de 2015

Última carta.

“Eu nunca esperava escrever uma carta de adeus à você. Éramos pra sempre lembra? Pois é, e agora não sei aonde foi parar a nossa eternidade, e todos aqueles planos que fizemos durante tanto tempo.

Queria abrir os olhos e enxergar que tudo isso não passa de uma brincadeira, uma pegadinha daquelas que não tem a menor graça. Mas, você não está aqui. E eu estou vagando nas nossas lembranças, me perguntando qual foi meu erro clichê que fez você mudar. Não consigo entender. Você sempre teve inúmeras qualidades, porém nas pequenas coisas, aquelas que faziam o amor sobreviver você falhava. Não sou perfeita não meu bem, mas sempre pensei mais em você do que em mim, e talvez esse tenha sido meu erro.

Abrir mão das minhas vontades pelas suas, dos meus gostos pelos seus, dos meus amigos pelos seus. E você se quer dava conta de como isso me feria. No café da manhã a mesma coisa, preparava tudo pra você, e depois pra mim, e você nunca ousou me fazer uma surpresa com café na cama. E assim em tudo. Nunca quis que você fosse aquele cara meloso que vivesse fazendo todas as minhas vontades, mas, você quase nunca regou diariamente nossa florzinha, e ela morreu. Morreu por dentro, e demorou um baita tempo pra reconhecer que não ia ressuscitar.

Sempre achei que quando a gente gosta, não mede esforços e não existe falta de tempo ou criatividade. E pra mim isso era lei, mas você passava batido em tudo. Obviamente era legal né? Quando eu te preparava uma surpresa, mas quando era ao contrário, era nada. Eu fingia que não me importava. Quem liga se ele não tenta ao menos me surpreender? Eu ligava. Podia contar quantos ursinhos de pelúcia você me deu, quantas cartas você escreveu, quantas coisas românticas você me fez e isso se resume a um número menor que dois.

Você dizia que eu era chata. E talvez eu fosse, mas eu tentava te mostrar que ninguém faria o mesmo por você. Eu tentava te fazer entender que mesmo que eu fosse muito básica, resumida e prática, eu precisava daquelas coisinhas clichês que se fazem em namoros. Mas, desde o início nunca fomos iguais à todos os casais e talvez esse foi aquele nosso erro fatal, que destruiu nosso alicerce.


Para terminar, só desejo à você as melhores coisas da vida. Você merece e eu nunca conseguiria odiar você. Desejo que você um dia perceba que eu estava certa, mas que consiga entender que o tempo não volta só porque você se arrependeu.”

terça-feira, 10 de março de 2015

What will not return.

No ensino fundamental ela era aquela que vivia rodeada de pessoas – que julgava amigos – e sempre tinha uma ideia absurdamente criativa e boa, muitos queriam fazer parte do grupinho dela, porém a quantidade de pessoas que não gostavam dela era alta.

No ensino médio as coisas mudaram, ela já não vivia rodeada de pessoas assim, e amigos dava pra contar nos dedos. Não tinha pessoas que não gostavam dela, afinal em meio a tanta gente ela passava quase que despercebida. Isso só mudou no último ano do ensino médio, que foi quando ela encontrou algumas pessoas que valem a pena ter consigo até hoje.

Depois disso ela foi ficando invisível. Já não tinha mais ideias mega criativas, já não provocava mais inveja em ninguém, e sobraram poucos dedos pra contar os poucos amigos. Aos poucos ela foi se transformando e aquela menina que gargalhava de tudo deu lugar a uma pessoa mal humorada. Começou a evitar exposições desnecessárias, se afastou de muita gente, fez escolhas forçadas que não faziam parte da sua vontade e o café tornou-se seu companheiro diário. Entre um gole e outro, ela questiona todas essas voltas que o mundo dá.

Nunca conseguiu se entender e entender as pessoas a seu redor, mas de uma coisa ela sabe: se enganou muito e com muita gente, infelizmente. Talvez de tanto se decepcionar ela começou a não acreditar mais em ninguém, e evitar aproximações virou rotina na vida dela. Parou de demonstrar tanto afeto, parou de correr atrás de quem só fugia dela, cortou laços vitais em sua vida, hoje convive com as cicatrizes e com essas perdas, e não consegue dizer o que machuca mais.


Daquele brilho que possuía, hoje não existe mais nada. Só sobraram cinzas, páginas preto e branco e aquele cheiro insuportável de mofo. 

segunda-feira, 9 de março de 2015

Para você que não deixa de sonhar.

A vida vive me surpreendendo, tanto negativamente quanto positivamente. Dia desses eu estava enfrentando talvez a maior e pior crise de todos os tempos, e hoje estou aqui meio fascinada pelo final de semana que eu tive. Palavras nunca serão suficientes. Renovação e gratidão definem e eu só quero que essa sensação de paz e liberdade nunca mais acabe.

Esse texto é para você que não deixa de ter esperanças na vida. Que tudo pode melhorar e renascer das cinzas. Esse texto é para você que grita mil vezes que irá largar tudo de mão e chutar o balde, mas no outro dia está lá seguindo e enfrentando a vida e suas desventuras. Esse texto é para você que acha que nunca mais verá o Sol, mas quando a tempestade acalma você consegue enxergar tudo com mais clareza. Esse texto é para você que por fora já desistiu, mas por dentro sempre encontra uma razão para continuar.

Você e eu sabemos que o tempo não da nó, e tudo no fim sempre acaba tendo uma razão. Obviamente algumas coisas acontecem porque precisam acontecer, porém a maioria delas não é por um mero acaso. Posso dizer que a cada tombo eu sempre acho que nunca mais vou conseguir me reerguer, mas sempre acabo levantando e mais forte. 

Permita-se cair e pode ficar quanto tempo quiser no chão, não faz mal não, eu juro, pode ir até o fundo do poço, vai mesmo, mas quando chegar a hora de levantar, não ouse em não botar em prática tudo que aprendeu na queda. Mesmo que não pareça, de tudo sempre a gente tira uma lição.


Essa semana começou e eu pretendo continuar seguindo em frente, posso tropeçar, cair e me despedaçar chorando, mas eu sei que sempre haverá um luz no fim do túnel, nenhum sofrimento dura uma eternidade, e nossa felicidade só depende de nós mesmos. 

sexta-feira, 6 de março de 2015

Continuar.

Não importa em quantos pedaços a tua alma foi partida, o tempo não para pra que você a conserte. Não importa quantas crises de choro tu tenha, as pessoas não param pra que tu melhore. Nos resta apenas continuar. Fingir que nada nos afetou e colocar um sorriso no rosto é exercício diário.

Eu não deveria, mas eu me acostumo. A dizer que estou bem – afinal eu estou caminhando, respirando e meu coração está batendo, e estar bem é diferente de estar feliz, certo? – a colocar meus sentimentos e vontades em último lugar e priorizar as vontades e sentimentos das pessoas que eu amo, a fazer tudo por todo mundo sempre e quando eu mais preciso conto nos dedos quem vem me ajudar. Eu não deveria, mas eu me acostumo. A fingir que tenho uma vida normal e que estou fazendo minhas próprias escolhas, a sorrir sempre não importa o quão destruída eu esteja por dentro, a engolir todo e qualquer tipo de indireta que me perfura o coração, a aturar pessoas gananciosas e egoístas, a fazer da minha vida uma série de desventuras.

Sinceramente não sei bem aonde isso tudo vai parar. E se vai parar.
Mas ainda tenho a escrita que me liberta em momentos como agora, ainda tenho o amor das pessoas que eu amo, e ainda tenho alguns sonhos que me dão um certo de gás para continuar. Não posso agir de outro jeito a não ser continuar. A vida sempre continua, o tempo sempre continua e as pessoas sempre continuam. Não há como parar para criar umas forças extras, na existe intervalo na vida.


Enquanto isso, vou seguindo.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Respirar. Não pirar.

Falei tanto sobre escolhas e cá estou eu mais uma vez, indo de encontro ao arrependimento. Sentimentos dos outros, pensamento dos outros, coração dos outros, tudo dos outros sempre vem antes de eu fazer o que eu realmente quero. Olho em volta e me pergunto como eu ainda não surtei. Não sei.

Às vezes acho que nasci pra isso, e me conformo. Às vezes acho que eu deveria jogar tudo pro alto e sair por aí sendo aquela que todos dizem que eu sou e que só está escondida em algum lugar.
E nesse vai e vem eu continuo parada, vendo as pessoas viverem as minhas vontades, realizarem os meus sonhos. E eu devo estar feliz pois agi com a razão, e fiz “o certo”. Só esqueceram de me perguntar qual o meu certo.

Quem sabe um dia eu tome coragem, acorde pra vida e comece a me preocupar apenas comigo mesma, e me amar mais, viver mais, sorrir mais e escolher mais tudo que eu achar conveniente.  
Sempre achei que quando a gente se importa com alguém de verdade, a felicidade dela deve ser prioridade, e não podemos medir esforços para isso, mesmo que custe caro. E eu concordo, afinal minhas escolhas são o preço que eu pago todos os dias, só que chega uma hora em que a gente cansa de sempre se sacrificar, isso sufoca e atormenta a alma.


Talvez eu só precise de um pouco mais de calma. 

terça-feira, 3 de março de 2015

Ética e massoterapia.

Após fazer um trabalho sobre a importância da ética na massoterapia, para o a formação e aprendizado de como elaborar um tcc, me vi sobre um assunto que me fez pensar muito sobre tudo, e resolvi fazer um post totalmente dedicado à isso.

Ser ético vai muito além de qualquer pesquisa profunda, afinal varia muito de pessoa para pessoa, e às vezes o que é ético para mim pode não ser para outra pessoa. 
Em toda e qualquer profissão ser ético é um dever prioritário, porém, na massoterapia em si é um quesito que serve como um alicerce afinal estamos lidando não apenas com um corpo que sente dores e desconfortos, estamos lidando com uma pessoa que têm sentimentos e com uma alma que precisa de serenidade.


A importância da ética na massoterapia é fundamental. Tratar apenas o que é de nosso conhecimento e saber encaminhar um paciente a ajuda especializada, fazer uma completa anamnese e conversar com toda franqueza possível explicando como será o procedimento e quais as técnicas usadas para sanar o problema e aliviar as dores do paciente, e saber indicar procedimentos que o paciente possa fazer sozinho como alongamentos.

Em hipótese alguma fazer algo sem toda a certeza do resultado que dará, e saber lidar com eventuais assédios que possam a vir ocorrer. Respeitar todo e qualquer paciente e suas queixas, e ficar a par de toda e qualquer patologia que o paciente possa ter, e de forma alguma executar o tratamento se o paciente possuir alguma contra-indicação



Ser massoterapeuta vai muito além do que aprendemos em sala de aula. É um ato extremamente gratificante, poder ajudar outra pessoa que precisa com nosso conhecimento e esforço praticado durante o período de aprendizagem. Não é uma profissão fácil e requer muita responsabilidade, portanto não se pode escolher fazê-la sem o total compromisso e ética.

Para ela. Para mim.

Todas as manhãs ela faz o mesmo ritual de ficar só mais cinco minutinhos esperando que por sorte ela fique a vida inteira. Levanta, e foca nas mil e uma coisas que tem de fazer no dia, e saí. Sempre se perguntou como era a vida lá fora. Como seria viver outra vida, e de preferência normal como todo mundo. Quase ninguém sabe realmente da sua rotina e de seu passado. Ela prefere fingir que ele nunca existiu, porém ele ainda tem resultados nos dias atuais, afinal escolhas de seus pais no passado a tornaram o que é hoje.

Nunca fala realmente o que quer e gosta e quem dirá o que pretende fazer nos próximos meses. Não pode fazer planos além do de se preocupar mais com tudo ao redor do que com ela, e colocar a responsabilidade e a razão na frente de tudo.  

Mas ela nunca deixou os sonhos morrerem. Acredita que em algum lugar existe uma vida extremamente maravilhosa esperando por ela, em algum lugar. Guarda aqueles desejos e sonhos mais secretos em seu peito, no cantinho mais fundo e escuro para que eles não ousem sair e deixá-la sem esperanças.

E continua voltando todas as noites sem querer voltar, se joga na cama e reza para que no outro dia ela acorde e consiga ser o que sempre quis, fazer de sua vida um livro escrito por ela e por somente as suas vontades e escolhas.  Esperando que o tique-taque do relógio pare de soar e ecoar nos seus ouvidos mostrando que cada dia que passa é um a menos em sua vida, e o tempo está correndo por suas mãos.


E lá no fundo sabemos que um dia ela vai conseguir. Vai se soltar de todas as amarradas e se libertar de tudo, e recomeçar do zero. E aí sim, ela vai viver. 

segunda-feira, 2 de março de 2015

Carta para você.

Acordei pela manhã e senti tua falta. Não mais do que todos esses outros dias nesses quase dois anos, porém essa semana a tua ausência se faz mais presente. Ainda lembro como ficávamos ansiosas para que o grande dia chegasse, contávamos as horas, fazíamos planos secretos, faixas que só nós líamos, horas no telefone ajudavam a distância que sempre nos separou.

Mas agora você não está aqui. Nem de corpo nem de alma. Me deixou sozinha, e se quer perguntou se estava tudo bem pra mim, apenas virou as costas e decidiu virar a esquina sem segurar a minha mão. É como sofrer pela morte de alguém que continua vivo, mas que morreu aqui dentro do meu coração.

Sei que as coisas nunca foram simples, mas eu apesar de tudo continuei, e pretendo seguir nessa vida inexplicável até parar de respirar. Mas, você encontrou pessoas mais interessantes e resolveu descartar a pessoa que mais se importava com teu sonho e teu bem estar. Diversas vezes abri mão das minhas escolhas para podermos fazer tudo juntas, mas você deve ter tido uma amnésia e simplesmente sumiu do mapa.

Confesso que é difícil aceitar a ideia de que não há volta, e que terei de conviver a vida toda com essa saudade.
Não sei de onde, mas encontrei forças para continuar, mesmo que sozinha. Eu continuo por aquelas duas meninas que achavam que o mundo seria delas um dia. E que sonhos podiam ser realizados. 
Elas nos matariam se soubessem o que aconteceu com a gente.


E continuo, contando os segundos para o próximo sábado, e para fechar os olhos e sentir aquele arrepio quando anunciarem eles no palco. Eles continuam sendo a melhor parte de mim, e desistir disso não está nos meus planos.