terça-feira, 10 de março de 2015

What will not return.

No ensino fundamental ela era aquela que vivia rodeada de pessoas – que julgava amigos – e sempre tinha uma ideia absurdamente criativa e boa, muitos queriam fazer parte do grupinho dela, porém a quantidade de pessoas que não gostavam dela era alta.

No ensino médio as coisas mudaram, ela já não vivia rodeada de pessoas assim, e amigos dava pra contar nos dedos. Não tinha pessoas que não gostavam dela, afinal em meio a tanta gente ela passava quase que despercebida. Isso só mudou no último ano do ensino médio, que foi quando ela encontrou algumas pessoas que valem a pena ter consigo até hoje.

Depois disso ela foi ficando invisível. Já não tinha mais ideias mega criativas, já não provocava mais inveja em ninguém, e sobraram poucos dedos pra contar os poucos amigos. Aos poucos ela foi se transformando e aquela menina que gargalhava de tudo deu lugar a uma pessoa mal humorada. Começou a evitar exposições desnecessárias, se afastou de muita gente, fez escolhas forçadas que não faziam parte da sua vontade e o café tornou-se seu companheiro diário. Entre um gole e outro, ela questiona todas essas voltas que o mundo dá.

Nunca conseguiu se entender e entender as pessoas a seu redor, mas de uma coisa ela sabe: se enganou muito e com muita gente, infelizmente. Talvez de tanto se decepcionar ela começou a não acreditar mais em ninguém, e evitar aproximações virou rotina na vida dela. Parou de demonstrar tanto afeto, parou de correr atrás de quem só fugia dela, cortou laços vitais em sua vida, hoje convive com as cicatrizes e com essas perdas, e não consegue dizer o que machuca mais.


Daquele brilho que possuía, hoje não existe mais nada. Só sobraram cinzas, páginas preto e branco e aquele cheiro insuportável de mofo. 

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