terça-feira, 3 de março de 2015

Para ela. Para mim.

Todas as manhãs ela faz o mesmo ritual de ficar só mais cinco minutinhos esperando que por sorte ela fique a vida inteira. Levanta, e foca nas mil e uma coisas que tem de fazer no dia, e saí. Sempre se perguntou como era a vida lá fora. Como seria viver outra vida, e de preferência normal como todo mundo. Quase ninguém sabe realmente da sua rotina e de seu passado. Ela prefere fingir que ele nunca existiu, porém ele ainda tem resultados nos dias atuais, afinal escolhas de seus pais no passado a tornaram o que é hoje.

Nunca fala realmente o que quer e gosta e quem dirá o que pretende fazer nos próximos meses. Não pode fazer planos além do de se preocupar mais com tudo ao redor do que com ela, e colocar a responsabilidade e a razão na frente de tudo.  

Mas ela nunca deixou os sonhos morrerem. Acredita que em algum lugar existe uma vida extremamente maravilhosa esperando por ela, em algum lugar. Guarda aqueles desejos e sonhos mais secretos em seu peito, no cantinho mais fundo e escuro para que eles não ousem sair e deixá-la sem esperanças.

E continua voltando todas as noites sem querer voltar, se joga na cama e reza para que no outro dia ela acorde e consiga ser o que sempre quis, fazer de sua vida um livro escrito por ela e por somente as suas vontades e escolhas.  Esperando que o tique-taque do relógio pare de soar e ecoar nos seus ouvidos mostrando que cada dia que passa é um a menos em sua vida, e o tempo está correndo por suas mãos.


E lá no fundo sabemos que um dia ela vai conseguir. Vai se soltar de todas as amarradas e se libertar de tudo, e recomeçar do zero. E aí sim, ela vai viver. 

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