segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Algo que não sou.

A gente acha que nada pode piorar. Mas sempre pode. Sempre piora. Finais de semana tão bons e segundas feiras infernais. Bebo veneno todos os dias e na sexta feira peço pra Deus me ressuscitar. Ando por aí sem noção alguma de tempo, me perdi em alguns quarteirões e não consigo achar a saída. Ouço milhões de vozes me chamando. Uma pra cada rua diferente e fico tonta. Congelo e não saio do lugar.

Leio textos que parece que foram feitos pra mim. Me encho de coragem e boas sensações. Dois segundos depois estou eu aqui em pedaços. Afinal ninguém de fora sabe o que realmente se passa aqui dentro. Quando parece que encontrei a luz no fim do túnel, vem alguém e simplesmente apaga.

Angustia me define muito bem. Tento manter o foco e esperança na vida e nas pessoas, mas é extremamente desgastante nadar contra a correnteza. Queria ser mais forte. Queria ser mais confiante. Quase nos vinte, com a alma frágil de uma criança de cinco anos e a mentalidade de alguém que envelheceu uns dez anos nos últimos dois. Perdida em meio ao caos, sorrindo sempre e repetindo a mesma frase automática “estou bem”.

Suplicando para que alguém perceba minhas mensagens subliminares, meus pedidos de socorro e me salve de alguma forma. As forças se esgotaram. A mente cansou. O corpo se rendeu a exaustão. E essas marcas de expressão revelam exatamente quem tenho sido nos últimos tempos: alguém sem vida, sem cor, sem ânimo. Olho pro espelho e vejo alguém totalmente diferente, não me reconheço não me encontro.


Vou seguindo por essas ruas estranhas e frias, apenas andando, apenas seguindo. Sorrindo. Falando. Estudando. Trabalhando. Escrevendo. Cantando. Pensando. Respirando. Querendo. Imaginando. Conversando. Ouvindo. E principalmente fingindo. 

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