Procura-se
uma mente vazia e uma alma tranquila. As coisas estão bem pesadas por aqui, até
meu corpo jovem clama por socorro. Já levantei bandeira branca inúmeras vezes,
mas mesmo assim a guerra ainda continua. Ouvi pessoas dizerem que nós devemos ser
nossa própria saída de emergência, nossa solução, mas a cada novo dia que tento
me manter firme diante da vida, vem um terremoto maior que o último e me faz
desabar.
Ando
perdendo a vontade de levantar – confesso e me envergonho disso – porém há
vezes em que é mais fácil afundar. Menos dolorido. E eu que já conheço muito
bem o fundo do poço não me importo mais em ficar uns dias por lá, depois me
ergo e aos poucos vou dando passos pequenos e até me sinto mais forte. Mas, o
fundinho do poço nunca sente saudades minhas afinal eu sempre volto.
Já ouvi
dizerem que não me imaginam triste, afinal até quando sou mal humorada eu
consigo ser engraçada. Mas também já ouvi dizer que os palhaços e humoristas só
são assim tão engraçados porque no fundo são eternamente tristes. Por ironia da
vida sempre quis ser atriz comediante. Acho que isso define muita coisa.
Só sei que
ando cansada. E sim, sei que já escrevi muito sobre cansaço e blábláblá e que ninguém
mais quer saber, mas é que o cansaço cada vez mais atinge lugares desconhecidos
em mim. E nunca se sabe qual desses lugares pode ser o pilar que segura toda
minha estrutura.
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