terça-feira, 28 de abril de 2015

Estou cumprindo a promessa de não tocar mais no seu nome, porém a dor que fica é maior do que qualquer orgulho. Faz alguns dias que parei de me julgar por ainda mastigar essa ausência e me permito sentir essa dor, porque só assim talvez eu consiga esgotar essa falta e conseguir encerrar essa história que já teve fim para você.

O pior não é você ter ido, mas sim o que você deixou. As fotos que ainda estão no meu celular e nas minhas redes sociais, os planos que fazíamos juntas, as datas importantes pra gente, as lembranças dos shows, o arrepio que sinto quando volto a alguns lugares que me lembram tudo que vivemos.

Ainda bem que minha mãe já entendeu o recado e não pergunta mais de você. Eu já tinha inventado todas as desculpas possíveis e não aguentava mais sorrir e desviar o assunto. A verdade é que sim: você simplesmente cansou de mim e decidiu viver uma vida nova, e nem se deu ao trabalho de se despedir, e ao menos pensou no quanto eu sofreria.

Não há um dia em que eu não escute uma música qualquer e me venha na cabeça aqueles quase três anos de sonho. Não sou ingrata, reconheço tudo que você fez por mim. Me deu a mão e me levou no lugar mais longe em que eu poderia ir. Ao teu lado eu era corajosa, não media esforços e até comprava briga por você. Mas no dia em que você partiu levou junto metade de mim. E nem quero essa parte de volta, pode deixar guardadinha aí, junto com aqueles posters que cê já deve ter tirado da sua parede e guardado em alguma caixinha talvez.


Mas ao mesmo tempo que você partiu, eu ganhei pessoas que me ajudaram. Me entenderam. Me consolaram. Me deram colo e disseram que tudo passa e que uma hora eu vou ficar bem e aceitar a sua ausência. E talvez seja assim: a vida seleciona quem merece ficar na nossa vida, e afasta toda e qualquer pessoa que nos trava o riso. 

E talvez um dia eu aceite isso.

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