terça-feira, 29 de julho de 2014

Me dê a mão.

Começo esse texto dedicando-o para alguém que teve muita importância na minha vida uns anos atrás, e que hoje em dia talvez seja só mais uma amizade normal, porém as lembranças ficam guardadas em mim no meu lugar mais especial e intocável. Espero que seja recíproco.
Faz muito tempo que não falo sobre isso, algumas coisas doem tanto que é melhor deixá-las quietinhas, doídas, silenciosas.
Sempre fui meio problemática demais, com problemas demais, choro demais, drama demais e sonhos demais. Anos atrás me via sozinha atrás de uma tela de computador até que um belo dia as coisas mudaram, amizade virtual? Sim, mas aquela amizade que também virou real, típica de filmes americanos, com leves diferenças, por exemplo: morávamos em cidades diferentes e tínhamos vidas completamente opostas.
Mas não estou aqui hoje pra falar de tudo isso, afinal é uma história que todo mundo já está cansado de saber. E se você está lendo esperando um final feliz, pare de ler agora, porque infelizmente essa história não vem tendo capítulos felizes já faz um tempo, e se ela continuar, não sei aonde vai parar e tenho medo que seja aqueles típicos filmes dramáticos que a gente chora dias depois de ver o filme.
Não consigo identificar bem onde tudo se perdeu, virou pó. Quase nunca brigamos, mas as que ocorreram ainda giram na minha cabeça, é difícil ver alguém se afastando, te trocando por outras coisas outras pessoas, e eu ali, tentando nadar contra correnteza, mas hoje admito entristecida que talvez tenha sido em vão.
Não somos nem o rascunho do que já fomos um dia, eu mudei e admito isso, mas nunca deixei aquela amizade para trás, e só Deus sabe como eu queria que isso tivesse sido recíproco.   
Até que chegou um dia em que cansei de correr atrás, cansei de implorar, brigar e tentar mostrar a realidade, cheguei em um momento em larguei de mão. Hoje sinceramente não sei como consegui aceitar isso. Não vou dizer que não dói, porque é óbvio que fica aqui latejando e em todas as coisas algo me lembra aquela amizade. Eu só não queria que tudo aquilo tivesse virado lembrança, saudade. É difícil entender como de melhores amigas hoje viramos apenas conhecidas, ou amigas bem superficialmente.
Culpei muita gente por isso, até a mim mesma, mas consegui entender que não há culpado. As coisas aconteceram como tinham que acontecer, mas confesso que nunca arrumei alguém pra compensar essa falta ou suprir a enorme saudade que eu sinto.
Talvez o mais difícil seja ver que as coisas não vão voltar a serem como eram, nossas vidas cada vez mais ficam diferentes, e aquele amor em comum talvez hoje em dia seja só um mais um amor de adolescente que ficou para trás mediante as responsabilidades e deveres de adultas. Ou talvez também o mais difícil seja aprender a lidar com a falta e parar de se lamentar, ou talvez o mais difícil seja rever fotos e não conseguir entender como as coisas mudaram em um piscar de olhos, ou talvez o mais difícil seja ter que aceitar que existe alguém naquele meu antigo lugar. 
Do futuro ninguém sabe, e algumas coisas podem ser recomeçadas, mas talvez aquelas duas meninas não existam mais.

Talvez isso só seja um pedido de desculpa. Uma forma que achei de te mostrar que me importo. 

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