Sinto sua falta.
Eu sei que eu disse que não me importava, mas a gente pode
mentir pro mundo todo menos pra gente mesmo. A falta que você faz aqui é algo que eu nunca havia sentido antes, de
todos os amores que eu matei, você é o único que teve uma volta e depois do fim
ainda permanece aqui, quietinho, manso, doído.
Nós sempre fomos a intensidade, briguinhas e implicâncias (que
eu amava), a gente tinha sintonia, tínhamos quase os mesmos gostos, éramos o
tipo casalzinho que quando a gente olha pensa: awn que amor, que casal bonito.
Mas também éramos muito diferentes e infelizmente foi isso
que fez a trágica diferença: você é emoção e eu sou 100% razão. Que pena.
Mas confesso que não gosto mais de você, não desse que está
aí, esse brabo e mais marrento do que nunca, não gosto desse pegador de
novinhas que não liga pra mais nada, não
gosto nem um pouquinho desse que tomou seu lugar.
Sei que talvez a culpa seja minha, mas eu gostava mesmo
daquele de boné pra trás, aquele idiota que me deixava no meu limite quando
tirava pra me irritar. Eu gostava daquele que você já foi um dia, daquele que
me ligava só pra dizer que ia sair com os amigos, daquele que me levava a sério
(e que infelizmente eu não dei o devido valor), eu gostava daquele que me
contava de cada feito do gatinho recém nascido, eu gostava da gente junto.
Você não entenderia, eu sei. Na verdade acho que ninguém
nunca vai entender, mas é isso, quando me perguntam de quem eu mais sinto
saudade (tirando os ídolos), o seu nome é o primeiro que me vem a cabeça, e
isso eu ainda não consegui controlar.
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