sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Chove.

Algumas coisas não precisam ser ditas para serem entendidas. Às vezes a gente precisa ficar em silêncio, mas essa é a pior parte. O silêncio grita, grita alto. Não há mensagens na caixa de entrada, a campainha não toca, o telefone permanece em silêncio, o whatsapp silencia e o que resta é apenas o barulho da chuva inconstante e gelada que cai lá fora. O silêncio fala para quem quiser ouvir. E mesmo que não haja nenhum sinal de comunicação, você entende o recado.
Até eu que sempre fui de falar, conversar e escrever me encontro meio vazia. Meio sem inspiração, cheia de meias coisas quebradas aqui dentro. Parece que um caminhão me atropelou e levou tudo.
Não consigo me concentrar em nada, qualquer coisa mínima desvia minha atenção, olho de cinco em cinco minutos para o relógio e faz uns dois anos que é uma hora da tarde.
Odeio quando as horas não passam e eu fico aqui desperdiçando meu tempo com mil coisas ruins girando na minha cabeça. Sempre fui cabeça dura, e faz um certo tempo que aprendi a mudar alguns jeitos e pensamentos, mas dessa vez não consigo ver outro lado. Apenas o meu. A minha tristeza e decepção. A gente sempre tenta ver um lado bom, uma boa intenção, a verdade sincera, mas há vezes em que é impossível não ser oito ou oitenta.

E agora me encontro aqui. Incerta de que esse silêncio será quebrado, tentando juntar uns pedacinhos que restaram de mim por aí. Esperando a chuva ir embora e Sol abrir.

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