quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Quando a gente acha que as coisas não podem piorar, eis que vem algo e te derruba. Fui muito otimista no post anterior, eu sei e até deveria ter percebido que as coisas nunca são plenamente boas e lindas para mim.
A pior coisa é quando o problema que te deixa no chão está onde deveria ser a tua base. O teu chão. O teu exemplo. O teu refúgio.
É como se fosse uma sangue suga que leva todas as coisas boas e energias que eu demorei para conseguir. Parece que alguém me atropelou, se bem que se eu sobrevivesse a um atropelamento e não tivesse muitos ferimentos seria melhor. Porque ferimentos a gente cuida, e com o tempo cicatriza. Mas e quando a ferida é na alma? No coração? Na mente? O que a gente faz? Finge que não existe nada e que somos plenamente felizes? Fazemos uma oração? Vamos ao médico? Não. Não há nada pra se fazer. Essa é uma ferida que nunca cura.
Não ter paz é a pior coisa da vida. Viver com medo e nervoso. Ter ânsia só de pensar em voltar todos os dias a noite.
Fiquei anos me perguntando porque justo eu, porque justo na minha família, porque eu não poderia ter um pai e uma mãe como a maioria tem e é feliz, porque eu nasci para viver no meio de brigas. Até hoje não encontrei resposta.
Minha cabeça dói agora. Na verdade o que eu sinto vai muito além da dor. Parece que abriram um buraco na minha cabeça e não consigo encontrar nenhum pensamento legal nela.
Eu só queria acordar e ver que tudo não passou de um pesadelo. Juro, é muito clichê eu sei, mas eu queria tanto acreditar que as coisas vão melhorar e vou conseguir esquecer toda essa coisa ruim que eu vivo a dezenove anos.
Essa noite foi uma das piores da minha vida. Choveu demais e agora está abrindo um lindo Sol. Sempre dizem né, que depois da chuva sempre vem o dia bonito e tudo mais, mas essa teoria não funciona muito pra mim.
Meu estômago não vê nada desde ontem a tarde e pela primeira vez na vida não sinto fome, nem nada. Só queria poder dormir uns mil dias.

Está tudo muito confuso, quase não consigo me concentrar em nada. Eu só queria viver em paz.

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