quinta-feira, 21 de agosto de 2014

We'll be coming back for you one day.

Acho que eu sempre vou viver em uma briga interna com o tempo. Sempre vou querer que ele ande mais devagar, que ele volte para eu refazer coisas e desfazer outras. Sempre vou querer pular para a parte boa da minha vida, onde sou mais feliz e mais viva. Não consigo controlar essa minha mania (ou até mesmo loucura) de querer ser um relógio para fazer o meu tempo.
Uma vez li uma frase que me marcou, e mesmo após tantos anos ainda me lembro dela como se fosse ontem.
“O tempo passa, mesmo quando isso parece impossível. Mesmo quando cada tique do relógio faz sua cabeça doer como se fosse um fluxo de sangue passando por uma ferida. Ele passa desigual e em estranhos solavancos, levando a calmaria embora. Mas ele passa, mesmo pra mim.”
Não há nada que eu queira mais do que controlar o tempo. Voltar a me abrigar em um abraço que salva minha vida. Voltar para o paraíso de verão. Voltar para as manhãs acordando ao lado do meu namorado. Voltar para os finais de tarde tomando chimarrão e comendo pipoca com a minha mãe na nossa antiga casa. Voltar para quando eu tinha um lar. Voltar para quando eu tinha meus amigos por perto todas as manhãs. Voltar para os shows com as minhas amigas onde fui mais feliz. Voltar para São Paulo. Voltar para minhas tardes livres. Voltar para os dias em que tive meu celular. Voltar para as noites na casa da Vó Glê. Voltar para as loucuras com o pessoal do ensino médio. Voltar para o passeio de formatura da oitava série. Voltar para praia com a gurizada. Voltar pras festas com as minhas amigas. Voltar para quando eu tinha mais esperança de que tudo iria melhorar.

Sei que algumas coisas são passageiras e acontecem apenas para nos deixar uma lembrança gostosa, mas quem dera tudo isso voltasse e junto trouxesse a calmaria de uma vida boa, e bem aproveitada. Quem dera. 

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