Nesse exato momento estava vendo umas fotos das minhas
amigas. Porque sim, eu tenho amigas. E nesse exato momento também me deu um
aperto sufocante no peito, pensei que eu não conseguiria respirar. E doeu. Doeu
fundo, na verdade mais que fundo, doeu infinitamente de um jeito que eu nunca
havia sentido.
Em um segundo me veio à mente todas as lembranças e risos,
todas as festas e saídas, todos os dias e noites ao lado delas. E nesse exato
momento me deu uma vontade absurda de chorar. Mas me segurei. Aquela Vitória
chorona aos poucos está indo embora.
Mas voltando ao assunto, eu volto em todos os nossos
momentos juntas e me esqueço que atualmente nós não somos nem a metade do que
já fomos um dia. Nem juntas, nem separadas, nem em hipótese alguma, nós mudamos
muito e certamente aquela doidas de tempos atrás nos matariam se nos vissem
hoje sem tempo pra nada, muito menos pra nos reunirmos, com outras prioridades
e outros jeitos.
A vida nos muda. Mas, o que mais nos muda é a rotina
estressante e cansativa. É mais fácil arrumarmos desculpinhas esfarrapadas e
outros compromissos do que nos encontramos.
E cada vez mais vejo o quanto estamos distantes. Uma está
prestes a casar, a outra encontrou outras amizades, a outra continua morando
perto, mas não o suficiente para nos vermos, e eu. Bom, eu talvez tenha sido a
que mais mudou. Perdi um pouco da minha essência, e me deixei levar pelo
cansaço dos dias trabalhando e estudando e parei de procurá-las.
Sinto saudade. Na verdade é mais do que saudade. É um buraco
que atravessa meu peito e está presentes em todos os meus dias. Sinto saudade do que eu era quando estava com
elas, aquela era minha parte mais louca e espontânea.
Algumas coisas saíram do controle. Não tenho mais tenho nem
para almoçar, nem para arrumar minha bagunça interna – e externa -, não tenho
tempo para minha mãe, namorado e amigas. Não tenho tempo nem para saber das
novidades sobre meus ídolos.
Mas tudo bem, estou em uma fase que não quero reclamar da
vida e das coisas, então vou vivendo. Com buracos imensos de todos os tipos de
saudades possíveis. E voltando no tempo toda vez em que fecho os olhos.
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