Prestes a chegar
aos meus dezenove anos, me fiz uma pergunta: quando eu era criança eu
idealizava muitas coisas, e agora, eu estou onde eu queria estar?
Confesso que ainda
não parei de refletir sobre isso, pensei em todos esses últimos anos, em tudo
que eu vivi e nas pessoas que eu conheci, nas brigas que comprei e nas amizades
que eu ganhei, nos sonhos realizados depois de muitas lágrimas e lutas e nas
coisas que eu ainda quero realizar a curto prazo.
Para meu pai eu
sou o desgosto da família nessa e nas próximas quatro gerações. Não estar na
faculdade e não ser gananciosa (a ponto de dar mais valor ao dinheiro do que a
pessoas e aos momentos bons) igual a ele é motivo de vergonha e eternas
cobranças.
Para minha mãe eu
sou o eterno bebezinho de colo que precisa ligar de cinco em cinco minutos para
ela para informar cada passo que dou, caso contrário ela coloca o BOPE atrás de
mim. Sei que apesar de tudo, ela tem consciência do meu valor e dos meus
esforços.
Para meu namorado
eu sou uma pessoa que vai de meiga a ogra em dois segundos, mas sei que ele
sabe que o que sentimos um pelo outro é bem mais forte e sincero do que todos
imaginam. É real.
Para meus amigos e
amigas que não são fãs de nxzero eu sou uma louca retardada que trabalha para
dar dinheiro para cinco caras que nem sabem que eu existo.
Para meus amigos e
amigas que são fãs de nxzero eu sou alguém que luta pelos meus sonhos mais
reais e verdadeiros, e que apoio, ajudo e abraço os verdadeiros e levo comigo
aonde for.
Para as pessoas
que me vêem na rua todos os dias eu sou aquela meio doida que um dia está
vestindo uma calça jeans e all star com uma regata e no outro estou de vestido
e alpargata. Meio brava pra quem vê. Meio doce pra quem conhece. Mas sem
exageros, gosto de parecer antipática e brava. Não consigo sair mostrando os
dentes pra qualquer pessoa e se eu não vou com a belíssima cara de alguém, não
importa o que aconteça eu não vou ser simpática com ela. Respeito e educação
sempre. Mas simpatia e cinismo comigo não cola.
E para mim? Como
eu me vejo? Aos dezoito anos eu ainda não sei essa resposta. Quem sabe aos
dezenove...
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